Filho do ex-candidato a vice-presidente Tim Kaine é sentenciado por resistir à prisão após protesto anti-Trump

30/12/2017 05:12 Atualizado: 30/12/2017 05:12

Linwood Michael “Woody” Kaine, o filho mais novo do senador democrata Tim Kaine (D-Va.), foi condenado a um ano de liberdade condicional por resistir à prisão depois de participar de um protesto anti-Trump que perturbou um comício de Trump em Minnesota em março. O senador Kaine foi o parceiro de campanha de Hillary Clinton durante as eleições presidenciais de 2016.

A reunião de Trump foi realizada no Capitólio do estado de Minnesota na cidade de Saint Paul e atraiu cerca de 400 apoiadores de Trump. O evento incluiu uma oração e consistiu principalmente de pessoas sentadas ou de pé na rotunda do Capitólio ouvindo a discursos.

Um grupo de manifestantes anti-Trump, constituído de 75 a 125 componentes, reuniu-se na calçada aposta do Capitólio por volta do meio-dia, de acordo com a queixa criminal contra Linwood. A polícia observou que alguns deles se reuniram atrás de arbustos próximos, mudaram para roupas pretas e esconderam seus rostos. Um deles era Linwood, de 25 anos.

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Um grupo de várias dúzias de manifestantes anti-Trump entrou no Capitólio vociferando obscenidades contra Trump e acusando-o de racismo. Eles pararam numa escada que levava à rotunda (onde o comício estava ocorrendo) diante de um grupo de dezenas de apoiadores de Trump que gritavam “EUA” e slogans pró-Trump.

Muitos manifestantes anti-Trump estavam vestidos de preto, tinham os rostos cobertos e alguns usavam óculos de proteção. A polícia de Saint Paul tinha inteligência de que “anarquistas” estavam planejando violência contra partidários de Trump nos comícios de 4 de março. A polícia suspeitava que os chamados anarquistas eram os indivíduos mascarados e vestidos de preto. Esse traje é típico do grupo radical de extrema-esquerda Antifa, que defende o uso a violência para derrubar o governo e o capitalismo. Um dos manifestantes foi gravado em vídeo agitando uma grande bandeira Antifa fora do edifício do Capitólio.

O Antifa foi fundado na Alemanha na década de 1920 como a ala violenta do Partido Comunista da Alemanha (KPD), que na época tentava estabelecer uma ditadura comunista na Alemanha em nome da União Soviética. Parte de seu papel era rotular qualquer forma de capitalismo e todos os partidos políticos rivais como “fascistas”.

EUA, Trump, Antifa, Tim Kaine, violência - O Capitólio do estado de Minnesota, na capital de Saint Paul (Captura de tela/Google Maps)
O Capitólio do estado de Minnesota, na capital de Saint Paul (Captura de tela/Google Maps)

Uma avaliação conjunta de inteligência pelo FBI e pelo Departamento de Segurança Interna descreveu as atividades do Antifa como “violência terrorista doméstica”, de acordo com documentos confidenciais relatados pela primeira vez pela mídia Politico.

A polícia afirmou que os indivíduos mascarados em Saint Paul lançaram bombas de fumaça, soltaram fogos de artifício e usaram produtos químicos irritantes (possivelmente spray de pimenta) no prédio do Capitólio, informou o Star Tribune.

Os vídeos da manifestação mostram vários apoiadores de Trump tentando agarrar e puxar os indivíduos mascarados da multidão de manifestantes anti-Trump. Um jovem branco com cabelos alaranjados e o rosto coberto é visto pulverizando um dos apoiadores de Trump com uma substância desconhecida. Um jovem negro com dreadlocks e óculos de proteção é visto tentando usar uma arma de eletrochoque contra os apoiadores de Trump.

Um dos indivíduos mascarados também foi registrado em vídeo lançando uma bomba de fumaça dentro do prédio do Capitólio, afirmou a denúncia criminal. Uma testemunha apontou quem atirou a bomba ao guarda de segurança do edifício, que então tentou deter a pessoa. Mas a pessoa escapou das mãos do guarda e fugiu pela saída do edifício, juntamente com pelo menos quatro outros, todos vestidos de preto, com capuz e os rostos cobertos.

A polícia observou mais tarde, a partir de um carro sem identificação, cinco pessoas mudando de roupa e alterando suas aparências atrás de arbustos num estacionamento perto do Capitólio.

Quando os cinco caminharam em direção à estação ferroviária próxima, policiais os confrontaram e disseram que estavam detidos. Eles se dispersaram, mas os oficiais os perseguiram.

Um dos cinco era Linwood. Quando um oficial o alcançou e o agarrou, Linwood tentou se libertar, afirmou a denúncia. Mesmo depois que o oficial colocou Linwood no chão e outros oficiais chegaram, Linwood continuou a resistir.

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“O réu continuou a lutar contra os oficiais no chão, torcendo-se e sacudindo os braços e as pernas”, afirmou a denúncia. “Depois de várias advertências para parar de resistir, o réu disse: ‘Ok, não estou resistindo mais’, e então ele foi detido.”

Linwood foi acusado de três delitos menores: interferir com um oficial da paz, fugir de um oficial da paz e ocultar sua identidade num lugar público. As duas últimas acusações foram dispensadas e Linwood foi condenado a um ano de liberdade condicional e a uma multa de US$ 236 pela primeira acusação associada à sua resistência à prisão.

Além dos cinco presos pela polícia de Saint Paul, uma pessoa também foi presa pela Polícia Estadual de Minnesota e acusada de conduta desordeira. Alguns dos detidos foram acusados ​​de delitos graves, informou a Fox News.

Em março, o porta-voz do senador Kaine disse à mídia que “não há qualquer sugestão de que [Linwood] se envolveu em comportamento perturbador durante a manifestação, mas [as autoridades] estão focadas em suas ações, pois ele foi preso depois que saiu.”