Por Reuters
A FedEx Corp informou em 23 de junho que um erro operacional impediu que um pacote da Huawei Technologies fosse entregue aos Estados Unidos, apenas algumas semanas depois que a empresa de entrega dos Estados Unidos informar que um erro havia feito com que os pacotes da empresa chinesa fossem extraviados.
O jornal Global Times da China disse depois em um tweet, que a empresa deve ser acrescentada à “lista de entidades não confiáveis” da China devido ao incidente, que ocorreu dias antes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do líder chinês, Xi Jinping, se encontrarem no Japão para tentar amenizar a guerra comercial.
As tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China se estenderam além das tarifas, especialmente depois que Washington colocou a Huawei, a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo, em uma lista negra que proíbe empresas dos Estados Unidos de fazer negócios com a empresa.
“O pacote em questão foi devolvido por engano ao remetente, e pedimos desculpas por este erro operacional”, disse a FedEx à Reuters em comunicado enviado por email. Uma porta-voz da empresa confirmou que o pacote era do Reino Unido, mas se recusou a dizer o que ele continha.
A China ameaçou, no final de maio, revelar sua lista sem precedentes de firmas, grupos e indivíduos estrangeiros “não confiáveis” que prejudicam os interesses das empresas chinesas.
A China não destacou nenhum país ou empresa, mas disse que a lista se aplicará a empresas que desrespeitam as regras do mercado e o espírito dos contratos, bloqueiam suprimentos para empresas chinesas por razões não comerciais e que “prejudicam seriamente os direitos e interesses legítimos” das empresas chinesas, de acordo com um relatório da Rádio Nacional da China.
O Ministério do Comércio divulgará mais detalhes da lista em breve, segundo o relatório.
O Ministério do Comércio da China e a FedEx não responderam a um pedido de comentários sobre a probabilidade da FedEx ser adicionado à lista “não confiável”. O Global Times é publicado pelo Diário do Povo do Partido Comunista.
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou, em 21 de junho, que estava acrescentando várias empresas chinesas e um instituto do governo envolvido em supercomputação com aplicações militares à sua própria lista de entidades que os impede de comprar peças e componentes dos Estados Unidos sem a aprovação do governo.
A China iniciou uma investigação contra a FedEx no início deste mês, sobre os pacotes da Huawei entregues no endereço errado, sem dar detalhes sobre as entregas em questão. Foi a última ação de Pequim para retaliar os Estados Unidos em meio a crescentes tensões comerciais.
A Huawei, que disse estar revisando seu relacionamento com a FedEx após o extravio de seus pacotes anteriormente, não respondeu imediatamente a um pedido da Reuters para comentários.
Os Estados Unidos e a China estão envolvidos em uma guerra comercial há quase um ano em questões como tarifas, subsídios, tecnologia, regulamentações e segurança cibernética, entre outros.
Um telefonema entre Trump e Xi, em 18 de junho, e a confirmação de que os dois se encontrarão no Japão, à margem da cúpula do G20, reacenderam as esperanças de uma trégua.