A meta de fechar o Banco Central da Argentina “não é negociável”, afirmou nesta sexta-feira (24) o gabinete do presidente eleito, Javier Milei, em meio a uma onda de boatos sobre o perfil de sua equipe econômica.
“Diante dos falsos rumores que têm sido espalhados, queremos esclarecer que o fechamento do Banco Central da República Argentina (BCRA) não é uma questão negociável”, disse o gabinete de Milei em comunicado divulgado na rede social X (ex-Twitter), como vem fazendo diariamente desde segunda-feira, dia seguinte às eleições.
A nota enfatiza que “a única informação oficial sobre o futuro governo, liderado por Javier Milei, é a publicada por este meio”.
O comunicado foi divulgado em meio a fortes rumores sobre a possibilidade de que Luis ‘Toto’ Caputo, que atuou como secretário da Fazenda (2015-2017), ministro da Fazenda (2017-2018) e presidente do Banco Central (2018) durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019), venha a integrar o governo de Milei como ministro da Economia.
A possível chegada de Caputo não foi confirmada nem pela coalizão A Liberdade Avança nem pelo próprio ex-ministro, mas a imprensa local dá como certa e teria motivado a decisão do economista Emilio Ocampo de voltar atrás em sua decisão de aceitar a oferta de Milei para presidir o Banco Central.
A base para isso seriam as diferenças em relação ao plano de dolarização da economia proposto por Milei durante a campanha, um plano cuja implementação inclui o resgate da dívida inchada do Banco Central e seu fechamento, pondo fim à emissão monetária que o presidente eleito culpa pela inflação muito alta da Argentina.
Embora Ocampo defenda a dolarização, Caputo não seria favorável a uma mudança tão radical na política monetária argentina, uma posição dominante entre os que cercam Macri, que forjou uma aliança política com Milei.
A presidência do Banco Central seria finalmente assumida por Demian Reidel, que foi vice-presidente dessa entidade entre 2015 e 2018, durante o governo de Macri.
Nesse cenário, Carlos Rodríguez, um dos principais assessores econômicos de Milei, encerrou nesta sexta-feira seu trabalho no grupo de extrema direita A Liberdade Avança para poder “expressar sua opinião livremente”, sem que suas “ideias tenham que ser associadas a um partido político ou a uma pessoa”.
“Eu já havia tomado a decisão há algum tempo. Hoje é o melhor momento, já que Javier nomeou o ministro da Economia e o presidente do Banco Central mudou. Agora a casa está em ordem”, comentou o economista nas redes sociais.
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