Por EFE
Washington, 23 jun – O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, negou nesta terça-feira que tenha recebido ordem do presidente do país, Donald Trump, para reduzir o número de testes de detecção do novo coronavírus e garantiu que a quantidade será aumentada.
O epidemiologista participou hoje de uma audiência de um comitê da Câmara de Representantes, em que foi questionado sobre os recentes comentários do chefe de governo, que durante comício na cidade de Tulsa, no sábado, revelou ter pedido a diminuição nos exames.
“Pelo contrário, vamos fazer mais testes, não menos”, garantiu Fauci.
O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas garantiu que ele ou qualquer uma das outras três principais autoridades de saúde do país no combate ao novo coronavírus não receberam qualquer orientação para diminuir a capacidade de diagnóstico.
“Nenhum de nós recebeu pedido para reduzir os testes. Isso é simplesmente um fato: vamos fazer mais testes”, disse.
Durante os últimos dias, o número de casos de infecção pelo novo coronavírus aumentou em mais da metade dos 50 estados americanos. Alguns governadores e prefeitos, inclusive, têm precisado apelar para aumentar a rigidez das medidas de contenção.
Diante dessa alta, Trump vem associando a quantidade de casos com a relação de testes, apontando que não fazer o diagnóstico é uma forma de combater a doença. No sábado, em Tulsa, afirmou que os exames são uma “faca de dois gumes”, já que quanto mais são feitos, mais casos há, manchando a imagem dos EUA.
A porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, diante da repercussão negativa das declarações do presidente, que está em campanha pela reeleição, garantiu que se tratava de uma brincadeira.
Hoje, no entanto, Trump voltou a fazer afirmação no mesmo sentido, contestando os testes em massa.