Parentes de reféns em Gaza bloquearam um trecho de uma das principais rodovias de Tel Aviv na noite de quinta-feira para exigir do governo de Israel um acordo imediato para a libertação de seus familiares mantidos em cativeiro pelo grupo terrorista islâmico Hamas.
Após semanas de manifestações e com a confiança no governo de Netanyahu diminuindo, o Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas divulgou um comunicado contundente para o gabinete de guerra israelense.
“Seus dias de graça acabaram. Vivemos em uma roleta russa. O tempo dos reféns acabou. Convoque um comitê internacional que levará a um acordo imediato para libertar todos eles”, exigiu a entidade, que reúne as famílias dos 136 ainda mantidos em cativeiro desde 7 de outubro, quando houve o ataque do Hamas que deu início à guerra com Israel.
O número 136, inclusive, foi representado em uma fogueira acesa na pista da rodovia Ayalon para chamar a atenção das autoridades durante o bloqueio.
As famílias mostraram oposição à estratégia defendida por Netanyahu, que garante – e hoje reiterou em uma entrevista coletiva – que somente com forte pressão militar os reféns serão libertados.
“O senhor prometeu libertar os reféns paralelamente ao colapso do Hamas, mas acontece que nada disso está acontecendo”, disse Daniel Elgart, irmão de um dos reféns, a Netanyahu em um comunicado.
“O Hamas está se mantendo firme em Gaza e estabelecendo condições para nós, e os reféns permanecem em Gaza. Demos 104 dias de tolerância ao primeiro-ministro, mas agora precisamos de resultados”, acrescentou.
Hoje mesmo, Netanyahu afirmou em uma coletiva que a via militar era a correta para forçar combatentes palestinos a libertar os reféns, argumentando que um cessar-fogo sem acabar com o Hamas prejudicaria a segurança de Israel e enviaria “uma mensagem de fraqueza” aos inimigos do país.
Até o momento, dos 136 reféns mantidos por Israel em Gaza, acredita-se que cerca de 27 estejam mortos. Em dezembro, militares do país mataram por engano três reféns israelenses no meio de uma zona de combate.
Em seu ataque a Israel há mais de três meses, o Hamas e outras facções palestinas levaram para Gaza como reféns ao menos 240 pessoas.
No final de novembro, em uma trégua de uma semana, 105 reféns – israelenses e estrangeiros – foram libertados em troca da libertação de 240 prisioneiros palestinos que estavam em penitenciárias de Israel.