Faculdade de Oxford volta atrás após proibir União Cristã em feira de calouros

15/10/2017 15:28 Atualizado: 17/10/2017 14:37

Líderes estudantis em uma faculdade da Universidade de Oxford proibiram a União Cristã de participar da recepção de calouros, mas voltaram atrás depois da reação dos estudantes. As lideranças estudantis da Faculdade Balliol haviam proibido a União Cristã de participar da feira de recepção de seus calouros alegando temores de que ela pudesse “prejudicar” ou “alienar” os novos alunos.

Frederick Potts, vice-presidente do Comitê Júnior da Sala Comum (JCR), o diretório representante do corpo discente da faculdade, escreveu em uma mensagem de e-mail vazada que a influência histórica do cristianismo tem sido usada como desculpa para a “homofobia e certas formas de neocolonialismo”, de acordo com Cherwell, o jornal estudantil da Oxford.

A Faculdade Balliol, da Univerdade de Oxford, possui sua própria capela, Capela da Faculdade Balliol (Pjposullivan1/Flickr)
A Faculdade Balliol, da Univerdade de Oxford, possui sua própria capela, Capela da Faculdade Balliol (Pjposullivan1/Flickr)

Após as discussões, Potts, que integrava a equipe do Balliol University Challenge, nome do evento de calouros da Faculdade Balliol, da Universidade de Oxford, concedeu à União Cristã um único estande ‘múlti fé’ e ainda com a condição de que nenhum representante da entidade se fizesse presente.

Uma postagem no Facebook do presidente da JCR, Hubert Au, mostrou que eventualmente um único estande ‘múlti fé’ foi enfim permitido com a “representação” de quatro grupos cristãos, segundo a reportagem, e a União Cristã se recusou a participar da feira de Balliol após o banimento.

Outros estudantes da faculdade criticaram a proibição, descrevendo-a como “uma violação da liberdade de expressão”.

Os alunos, então, aprovaram uma moção que proíbe o JCR de impedir a participação de comunidades religiosas regulares da feira de calouros de Balliol no futuro, segundo o jornal.

Uma mulher passa pela Faculdade Balliol, no centro da cidade universitária de Oxford. Balliol College foi fundada em torno de 1263 (Oli Scarff/Getty Images)
Uma mulher passa pela Faculdade Balliol, no centro da cidade universitária de Oxford. Balliol College foi fundada em torno de 1263 (Oli Scarff/Getty Images)

O Rev. Nigel Genders, diretor de educação da Igreja da Inglaterra, enviou uma declaração ao Epoch Times sobre a controvérsia.

“A liberdade de religião e de crença é um princípio fundamental que sustenta o nosso país e suas grandes instituições e universidades”, afirmou. “As uniões cristãs representam algumas das maiores organizações estudantis em muitas universidades em todo o país e excluí-las dessa maneira é equivocar-se quanto à natureza do debate e do diálogo, em desacordo com o tipo de sociedade que todos estamos buscando promover.”

Um porta-voz do colégio confirmou que a decisão foi revertida, com o diretório acadêmico prometendo permitir grupos religiosos em futuras feiras.

“Estamos satisfeitos por ver que os próprios estudantes já resolveram este assunto. Seguindo a moção do JCR, será oferecido um estande à União Cristã nas futuras feiras de calouros. Balliol é uma faculdade tolerante e fraterna, onde estudantes de todas as fés, e de nenhuma, são livres para praticar e expressar suas crenças abertamente”, disse o porta-voz ao The Tablet.

Um ciclista passeia pelo edifício Radcliffe Camera, no centro da cidade universitária de Oxford (Oli Scarff/Getty Images)
Um ciclista passeia pelo edifício Radcliffe Camera, no centro da cidade universitária de Oxford (Oli Scarff/Getty Images)

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