Por Frank Fang, Epoch Times
A fabricante de eletrônicos japonesa Sharp é a mais recente empresa que está considerando a realocação da produção para longe da China, já que a atual guerra comercial entre a China e os Estados Unidos não mostra sinais de arrefecimento.
O presidente da Sharp, Tai Jeng-wu, disse a repórteres que a empresa está considerando mover a produção de laptops e outros produtos para fora da China, segundo um relatório de 28 de maio do Nikkei japonês.
Tai explicou que cerca de 10% de todos os laptops da Sharp vão para o mercado americano, o que significa que uma possível mudança na produção seria a relocalização de uma capacidade de produção mensal de 10.000 unidades de laptops.
Enquanto o presidente não especificou para onde a produção de laptops na China seria movida, ele disse que a empresa atualmente possui múltiplas bases de produção no Sudeste Asiático, incluindo o Vietnã e em Taiwan.
Enquanto isso, a produção baseada na China das grandes telas da Sharp para anúncios e uso de escritório poderia ser transferida para o México, segundo o Nikkei.
Laptops, celulares e impressoras estão na lista de 3.805 produtos fabricados na China – avaliados em cerca de US$ 300 bilhões – redigidos pela administração dos Estados Unidos para impor a próxima rodada de tarifas. Os fabricantes de tecnologia estão mudando a produção para evitar tarifas de entrada.
Robert Lighthizer, representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), marcou uma audiência pública para 17 de junho e um período para comentários públicos que termina em 24 de junho – o que significa que a nova rodada de tarifas será imposta após essa data.
Em 10 de maio, um aumento de tarifa em US$ 200 bilhões em produtos manufaturados chineses, de 10% para 25%, entrou oficialmente em vigor. A decisão foi tomada depois que autoridades dos Estados Unidos revelaram que a China havia renegado os compromissos assumidos durante as rodadas anteriores de negociações.
A Sharp agora faz parte da Foxconn Technology Group, sediada em Taiwan, depois que a empresa adquiriu uma participação de dois terços na companhia japonesa por cerca de US$ 3,5 bilhões em 2016, segundo a Reuters.
Tai acrescentou que a possível realocação da China não afetaria muito a Sharp, uma vez que os produtos fabricados na China enviados para o mercado americano representam apenas 3,8% das vendas totais da empresa.
A Sharp havia feito outros planos de mudança antes dos últimos anúncios de Tai.
Em 24 de maio, o Nikkei informou que a Sharp estava pensando em transferir sua produção de impressoras multifuncionais, com destino aos Estados Unidos, da província chinesa de Jiangsu para a Tailândia ainda este ano, se a próxima rodada de tarifas entrar em vigor.
A possível transferência da produção de impressoras para a Tailândia afetaria quase 100 mil impressoras, ou cerca de 20% das vendas globais anuais da Sharp, segundo o Nikkei.
Outros dois fabricantes japoneses de equipamentos de escritório também anunciaram planos semelhantes para mudar a produção da China.
A Kyocera, sediada em Kyoto, está pensando em transferir suas copiadoras destinadas ao mercado norte-americano da cidade de Guangzhou para o Vietnã, segundo o Nikkei.
A receita global da Kyocera, em 2018, com vendas de equipamentos de escritório totalizou 375 bilhões de ienes (cerca de US$ 34 bilhões). 25% disso veio do mercado dos Estados Unidos, de acordo com o Nikkei.
Em 16 de maio, o Nikkei informou que a Ricoh estava planejando transferir a produção de suas impressoras que são enviadas para o mercado americano da China para instalações existentes na Tailândia.