Explosões, sequestro de policiais e fuga de presos após estado de exceção no Equador

Por Agência de Notícias
09/01/2024 17:10 Atualizado: 09/01/2024 17:10

Uma série de explosões, sequestros de policiais e fugas de presos foram registrados nas últimas horas em diferentes partes do Equador, onde vigora desde segunda-feira o estado de exceção, com toque de recolher noturno. após os incidentes ocorridos em cerca de seis prisões do país.

As primeiras explosões foram registradas na cidade de Esmeraldas, quando um veículo foi incendiado, em um momento em que os internos dos presídios exigiam que não fossem realizadas transferências de presos ou que fossem feitos progressos nos controles dos centros penitenciários.

No entanto, o secretário de Comunicação da Presidência, Roberto Izurieta, afirmou nesta terça que não vão desistir de tais ações.

Entre os atos violentos relatados, houve o lançamento ontem à tarde de um artefato explosivo perto do Comando Subzonal de Esmeraldas, sem relatos de feridos ou danos materiais.

Em Quito, um veículo que continha dois cilindros de gás foi incendiado ontem à noite na zona sul, enquanto se registrava uma explosão em uma das faixas de pedestres de uma rodovia que liga a um vale próximo.

Por sua vez, Iván Saquicela, presidente da Corte Nacional de Justiça, denunciou hoje a detonação de um artefato explosivo à porta da sua casa, na capital do país.

A polícia informou hoje a prisão de dois sujeitos que supostamente plantaram um artefato explosivo: “Os criminosos teriam deixado uma mala abandonada e a incendiaram nos fundos” de uma unidade policial de Quito, afirmou.

Também foram registradas detonações na cidade andina de Cuenca e acontecimentos violentos nas províncias de Loja e Chimborazo.

Em Chimborazo foi registrada a fuga de presos, entre os quais Fabricio Colón Pico, que foi detido na semana passada logo após a procuradora-geral do Estado, Diana Salazar, o mencionar no planejamento de uma suposta conspiração contra sua vida.

O Serviço Nacional de Atenção Integral a Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores (SNAI) não se pronunciou sobre a fuga dos presos nem sobre o caso de Colón Pico.

No entanto, John Vinueza, prefeito de Riobamba, disse que Colón Pico é um dos 32 fugitivos da prisão daquela cidade. Os presos saíram pela guarita dois daquele centro prisional, informou o portal “Primícias”.

Agentes sequestrados

Durante os incidentes nas prisões, circularam ontem vídeos nos quais pessoas vestidas com uniformes de agentes penitenciários eram vistas lendo mensagens dos presos nas quais pediam ao chefe de Estado, Daniel Noboa, que parasse com suas ações de controle naqueles estabelecimentos.

O SNAI informou sobre a retenção de agentes penitenciários, mas não detalhou quantos, e quais prisões ou as condições em que se encontram.

Esta manhã voltaram a circular outros vídeos nos quais ameaçavam matar agentes penitenciários se Noboa persistisse em seu plano.

Em Quito, a polícia confirmou que um servidor policial foi sequestrado na UPC Llano 1 por três criminosos que dirigiam um veículo colorido e sem placa”, indicou em sua conta na rede social X, ex-Twitter.

Circula nas redes sociais um vídeo de uma pessoa com o uniforme da polícia, que se identifica como suboficial Alberto Gómez, do setor de Llanos, que pede a Noboa para parar suas ações enquanto são observadas armas apontadas para sua cabeça.

Nem o SNAI, nem o Ministério do Interior, nem a polícia confirmaram se aqueles que aparecem nestes vídeos são de fato agentes penitenciários ou policiais.

Por outro lado, a polícia indicou que durante a noite de segunda-feira na Unidade de Polícia Comunitária (UPC) “Wilson Franco”, na cidade de Machala (sul), três policiais que estavam de serviço foram sequestrados.

Reforço na segurança

O prefeito de Quito, Pabel Muñoz, comentou que o país e Quito “atravessam uma crise de segurança sem precedentes”, razão pela qual anunciou que a segurança será reforçada em áreas críticas e nos serviços públicos e solicitou ao governo “a militarização das instalações estratégicas da cidade para garantir seu funcionamento”.

Por seu lado, o Ministério da Educação ordenou que as atividades fossem virtuais em alguns estabelecimentos de ensino, incluindo os mais próximos das prisões.