Por Agência EFE
Um grupo de exilados se dirigiu ao presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, para pedir-lhe que a Administração Federal daquele país não se torne “cúmplice dos crimes” da “tirania venezuelana”, e que permaneça e fortaleça as sanções internacionais contra os responsáveis.
Em uma carta pública divulgada nesta segunda-feira, chefiada pelo ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, exilado na Espanha, há alusões sobre a uma possível retomada do comércio de petróleo entre a Venezuela e os EUA devido à crise energética causada pela guerra na Ucrânia.
Os 68 signatários estão preocupados com os riscos de que as instituições norte-americanas acabem “consertando um dos regimes mais criminosos que a história da humanidade conheceu”, e se referem aos “tiranos” venezuelanos Hugo Chávez (já falecido), que governou entre 1999 e 2013, e o atual governante, Nicolás Maduro.
O “regime” venezuelano, eles argumentam, está “em conluio com o eixo russo, cubano e iraniano e em conluio com cartéis de drogas e grupos narcoguerrilheiros”. A Venezuela não é mais um estado de direito, dizem eles, “mas um narco-Estado, portanto falido e fora da lei ao mesmo tempo”.
Nessas circunstâncias, explicam, “as necessidades circunstanciais de certos fatores buscam transformar as instituições americanas em acobertamentos para o assassinato a sangue frio de centenas de cidadãos”, por isso pedem a Biden que não permita que seu país se torne “cúmplice desses crimes”.
Também rechaçou o relaxamento das sanções internacionais impostas aos dirigentes venezuelanos, pois são um mecanismo “pertinente” e, graças a elas, “limitou-se a capacidade de financiamento” do “regime madurista”.
Eles consideram que a pobreza e a emigração em massa dos venezuelanos não se devem a essas sanções, mas ao “roubo” de dinheiro destinado a melhorar o sistema elétrico, hospitais, aquedutos, vias de comunicação, escolas e universidades. “O roubo foi enorme, está confirmado que ultrapassa os 600.000 milhões de dólares”, segundo a carta.
Por tudo isso, os signatários pedem que “se mantenham e aprofundem as sanções personalizadas contra os predadores do patrimônio público e contra os responsáveis por crimes contra a humanidade na Venezuela, ainda mais agora que a União Europeia e os Estados Unidos as promovem contra o massacre executado pelo (presidente russo) Vladimir Putin contra o povo ucraniano”.
Da mesma forma, defendem a manutenção do cerco ao narcotráfico e seus patrões na Venezuela; que continuem os julgamentos contra os responsáveis por “golpes inusitados” (citam o empresário Alex Saab, extraditado de Cabo Verde para os EUA acusado de branqueamento de capitais); apoiar a investigação do Tribunal Penal Internacional sobre possíveis crimes contra a humanidade; e exigir a libertação de “presos políticos” civis e militares.
Entre os signatários estão a ex-deputada María Corina Machado, o editor Miguel Otero, o ex-chanceler Humberto Calderón, vários ex-ministros, como Carlos Blanco e Virginia Olivo, e o presidente da Associação de Salva-vidas da Venezuela, William Cárdenas.
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