Os Exércitos da Coreia do Sul, do Japão e dos Estados Unidos iniciaram na quinta-feira (27) suas primeiras manobras multidomínio conjuntas, em um momento marcado pela aproximação entre a Coreia do Norte e a Rússia, que na semana passada assinaram um tratado estratégico que inclui assistência mútua em caso de ataque.
O exercício, batizado como “Freedom Edge” e que durará até sábado, começou hoje em águas internacionais ao sul da ilha sul-coreana de Jeju, segundo anunciou um comunicado publicado tanto pelo Estado-Maior Conjunto sul-coreano (JCS) como pelo Comando Indo-Pacífico dos EUA (PACOM).
Como um exercício multidomínio, o “Freedom Edge” se concentrará na resposta cooperativa a ataques com mísseis balísticos, defesa aérea ou operações antissubmarinas e de busca e salvamento.
Além disso, incluirá formação em defesa cibernética e operações de interdição marítima, estas últimas centradas na detecção e prevenção das chamadas transferências navio-a-navio que Pyongyang utiliza para violar sanções.
A realização do exercício foi originalmente decidida e anunciada na cúpula que reuniu os líderes dos três países – Yoon Suk-yeol, Fumio Kishida e Joe Biden – em Camp David em agosto do ano passado e foi ratificada pelos seus chefes de Defesa na última edição do Diálogo de Shangri-La, que aconteceu no início deste mês.
Os três países reforçaram sua cooperação militar e mecanismos de dissuasão nos últimos dois anos em resposta ao aumento dos testes de armas por parte da Coreia do Norte, que optou por modernizar seus armamentos com um plano quinquenal e rechaçou novos apelos ao diálogo.
Pyongyang também demonstrou uma forte aproximação nos últimos anos com Moscou, a quem tem fornecido armas para serem usadas na Ucrânia.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente russo, Vladimir Putin, protagonizaram este fortalecimento das relações ao assinarem na semana passada um acordo de associação estratégica que inclui uma cláusula de assistência militar mútua em caso de agressão contra os seus territórios.
“O ‘Freedom Edge’ expressa a vontade do Japão, da República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) e dos Estados Unidos de promover a interoperabilidade trilateral e proteger a liberdade, a paz e a estabilidade no Indo-Pacífico, incluindo a Península da Coreia”, destacou a declaração conjunta publicada hoje.
O texto conclui que a partir desta primeira edição das manobras os três países “continuarão a expandir o exercício ‘Freedom Edge’”.