Exército do Sudão diz que ofensiva contra as FAR é lento, após 5 dias de conflito e 270 mortes

Por Agência de Notícias
19/04/2023 14:22 Atualizado: 19/04/2023 14:22

O Exército do Sudão admitiu, nesta quarta-feira (19), que o ritmo da ofensiva contra o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) é “lento” para garantir a segurança dos civis, apesar da trégua de 24 horas que entrou em vigor ontem e foi violada 15 minutos após seu início.

“As Forças Armadas continuam suas operações para derrotar a rebelião dos membros da milícia das FAR, tendo em conta as regras e princípios de combate em zonas povoadas de forma profissional para garantir a segurança dos civis, pelo que o ritmo dos combates é lento”, segundo um comunicado do Exército sudanês.

Da mesma forma, as unidades militares acusaram as FAR de “vender suas armas ou trocá-las por outros produtos com os cidadãos”, um fato que não pôde ser verificado de forma independente.

Os confrontos entre o Exército sudanês e as FAR continuam hoje pelo quinto dia consecutivo, apesar da trégua de 24 horas que entrou em vigor às 18h (hora local) de ontem, mas não foi respeitada com inúmeras acusações entre as partes de violar o armistício, proposto pelos Estados Unidos.

Segundo os meios de comunicação e testemunhos da Agência EFE, confrontos e tiroteios aconteceram na manhã de hoje, principalmente nas proximidades do Comando Geral das Forças Armadas e do Palácio Presidencial, no centro da capital, onde foram relatados combates violentos desde o início dos confrontos.

Colunas de fumaça densa também subiram desde as primeiras horas do dia na área do Aeroporto Internacional de Cartum, que fontes militares atribuíram a um incêndio causado por um ataque das FAR contra os depósitos de combustível de aeronaves no aeródromo.

Testemunhas disseram à EFE que aviões do Exército bombardearam hoje também uma base das FAR no bairro de Kafuri, ao norte de Cartum.

Tanto o Exército quanto as FAR foram acusados de violar a trégua, a primeira em 24 horas desde o início dos combates no sábado, além de atacar instalações civis, incluindo centros médicos e mercados na capital e em outras regiões do Sudão.

O Sindicato dos Médicos do Sudão advertiu hoje sobre a grave situação humanitária no país e alertou que mais da metade dos hospitais de Cartum e estados vizinhos estão fora de serviço, enquanto os demais correm o risco de fechar por falta de pessoal médico e suprimentos devido aos combates.

Pelo menos 270 pessoas morreram e mais de 2 mil ficaram feridas em confrontos entre o Exército sudanês e os paramilitares das FAR, segundo a Organização Mundial da Saúde.

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