Por Anastasia Gubin, Epoch Times
Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi detido na manhã de hoje (20) nas dependências da polícia judiciária em Nanterre, no noroeste de Paris, por suposto financiamento recebido da Líbia, especificamente do ditador Muammar Kadafi, para sua campanha política em 2007.
Primeiro Sarkozy foi citado pela justiça e em seguida colocado sob custódia, como parte da investigação em que ele é acusado de financiamento ilícito na campanha em que ele foi eleito presidente da República, informou o jornal Le Monde.
Sua custódia pode durar quarenta e oito horas.
Os investigadores estão examinando as alegações de que o regime de Kadafi deu secretamente a Sarkozy um total de 50 milhões de euros para sua campanha, divulgou a Agência AP.
“Esse montante é mais do que o dobro do limite legal dos financiamentos de campanha, que na ocasião era de 21 milhões de euros. Além disso, os chamados pagamentos violaram as regras francesas contra o financiamento estrangeiro e declararam a fonte dos fundos de campanha”, disse a AP.
Um antigo assessor de Sarkozy, o ex-Ministro Brice Hortefeux, foi interrogado, mas não detido, acrescentou AP.
A investigação foi aberta em abril de 2013, e é a primeira vez que Sarkozy é interrogado sobre o assunto. De acordo com reportagem do Le Monde, várias personalidades líbias apresentaram documentos sobre o alegado financiamento do ex-presidente.
Ela começou em maio de 2012 quando, no site Mediapart, foi publicado um documento proveniente da Líbia sobre os fundos do antigo líder terrorista Muammar Kadafi para Nicolas Sarkozy, diz a reportagem do Le Monde.
Em novembro de 2016, Ziad Takieddine comentou à Mediapart, em uma entrevista publicada em novembro de 2016, que tinha enviado 5 milhões de euros em dinheiro de Tripoli para Paris no final de 2006 e início de 2007, para serem entregues a Claude Guéant, ex-secretário do Eliseu e de Nicolas Sarkozy, então Ministro do interior, relata AP.
De acordo com a Agência AP, pouco depois de se tornar presidente da França, Sarkozy convidou o líder líbio Muammar Kadafi para a França para uma visita de Estado e o recebeu com honras elevadas.
Em fevereiro de 2017, Sarkozy também foi investigado. Ele recebeu ordens de comparecer em juízo depois de receber acusações preliminares por suspeita de gastos excessivos ilegais em sua campanha para reeleição em 2012. Sarkozy apelou da decisão.