O ex-ministro do Interior da Bolívia no governo de Evo Morales, Carlos Romero, denunciou nesta quarta-feira (07) que o governo do atual presidente, Luis Arce, está “protegendo o narcotráfico”, e alegou que o país aplica “a lei de Pablo Escobar, prata (suborno) ou chumbo (morte)”.
Romero disse que continuará com as denúncias de “proteção ao narcotráfico”, apesar do processo movido contra ele pelo atual ministro de Governo, Eduardo del Castillo, por “calúnia e difamação”.
“Esse processo criminal movido contra mim servirá para esclarecer se há ou não proteção política, judicial e policial para o tráfico de drogas na Bolívia”, disse Romero em entrevista coletiva na cidade de Santa Cruz.
O ex-ministro ressaltou que a proteção está em vigor desde 2020 e que as mortes recentes no país, como a do controlador do banco Fassil e o assassinato de Francisco Alejandro Suescun, conhecido como Carachas, supostamente ligado ao tráfico de drogas, chamaram sua atenção.
Romero afirmou que, em 16 de fevereiro, foi “alertado” que policiais e civis se reuniram em um condomínio para discutir o caso do carregamento de 478 quilos de cocaína em um voo da companhia Boliviana de Aviación (BoA) para a Espanha, e que a situação era de seu “pleno conhecimento”.
“Na Bolívia, infelizmente, chegamos a um momento em que a lei de Pablo Escobar está sendo aplicada, prata ou chumbo, porque acontece que aqui promotores e juízes são os primeiros a encobrir (os casos) em coordenação junto com alguns políticos”, enfatizou.
Ele também pediu ao Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) que “retire o sigilo” dos relatórios sobre a Bolívia.
Na semana passada, a Agência Tributária da Espanha informou que, em fevereiro, agentes alfandegários inspecionaram um avião que saiu do aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz, e chegou ao terminal Adolfo Suárez-Madrid Barajas. Eles encontraram 478 quilos de cocaína no compartimento de bagagens, embalados em 12 pacotes.
O governo boliviano, que ainda promove uma investigação sobre o caso, culpou uma “máfia internacional que subornou os funcionários envolvidos no caso”. Ao menos cinco pessoas foram presas, incluindo o chefe de Análise e Inteligência da Força Especial de Combate ao Narcotráfico (Felcn) e dois funcionários da companhia aérea BoA.
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