Por Brehnno Galgane, Terça Livre
O ex-diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, Dr. Robert Redfield, informou que recebeu ameaças de morte de cientistas por apoiar a teoria de que a Covid-19 vazou de um laboratório em Wuhan, na China.
As ameaças ocorreram após entrevista à CNN em 26 de março deste ano, em que o médico diz acreditar que o coronavírus “escapou” acidentalmente do Instituto de Virologia de Wuhan.
O ex-diretor do CDC apontou que o vírus teria escapado acidentalmente do laboratório de Wuhan após uma pesquisa de “ganho de função”, que pretendia aumentar a capacidade infecciosa dos vírus.
“Essa é a minha opinião. É apenas uma opinião. Posso ter opiniões agora”, disse à CNN, o veterano de 20 anos do Corpo Médico do Exército dos EUA e co-fundador do Instituto de Virologia Humana da Universidade de Maryland. “Eu poderia usar a palavra ‘encobrimento’, mas não sei, então não vou especular”, completou Redfield.
“Sabe, eu ainda acho que a etiologia mais provável dessa patologia é de um laboratório em Wuhan. Você sabe, escapou. Outras pessoas não acreditam nisso. Isso é bom. A ciência acabará descobrindo. Não é incomum para patógenos respiratórios, que estão sendo trabalhados em um laboratório, infectar um pesquisador”, completou o médico.
“Isso não implica qualquer intencionalidade. É minha opinião, certo? Mas eu sou um virologista. Passei minha vida em virologia. Não acredito que isso tenha passado de um morcego para um humano e, naquele momento, o vírus chegou ao ser humano, tornou-se um dos vírus mais infecciosos que conhecemos na humanidade para transmissão de humano para humano. Normalmente, quando um patógeno passa de zoonótico para humano, leva um tempo para descobrir como se tornar cada vez mais eficiente na transmissão de pessoa para pessoa. Só não acho que isso faça sentido biológico”, acrescentou Redfield.
A denúncia do médico sobre as ameaças também foi apresentada em uma entrevista à revista Vanity Fair, que vem pesquisando sobre as origens da Covid-19. “Fui ameaçado e condenado ao ostracismo porque propus outra hipótese”, lamentou Redfield. “Eu esperava isso dos políticos. Eu não esperava isso da ciência”, afirmou.
“Depois que a entrevista foi ao ar, ameaças de morte inundaram sua caixa de entrada”, observou a publicação da Vanity Fair. “As críticas não vieram apenas de estranhos, que pensavam que ele estava sendo racialmente insensível, mas também de cientistas proeminentes, alguns dos quais costumavam ser seus amigos. Uma [crítica] disse que ele deveria simplesmente ‘murchar e morrer’”.
As suspeitas do ex-diretor do CDC em torno do Instituto de Virologia de Wuhan começaram ainda em janeiro de 2020, quando o chefe do Centro Chinês de Controle de Doenças, Dr. George Fu Gao, entrou em contato com Redfield para falar sobre o desenvolvimento da Covid-19 nos estágios iniciais.
Ao se posicionar sobre o assunto, o presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou em 26 de maio que a comunidade de inteligência do país norte-americano “redobrasse” seus “esforços para coletar e analisar informações” para trazer o país “mais perto de uma conclusão definitiva” sobre a origem do Covid-19.
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