Ex-chefe da contra-inteligência de Chávez enviará a Guaidó estratégias para assumir controle das FANB

O ex-encarregado de inteligência militar venezuelano chamou Nicolás Maduro de ditador, cujo círculo fechado está cheio de corruptos que estão metidos com o narcotráfico e que cortejaram o grupo terrorista Hezbollah

02/03/2019 12:33 Atualizado: 02/03/2019 12:33

Por Jesús de León, Epoch Times

O ex-general venezuelano Hugo Carvajal, ex-chefe de contra-espionagem militar, disse que enviará informações confidenciais e estratégias para conseguir o controle da Guarda Nacional Bolivariana que, junto com agentes de inteligência cubanos, controlam o exército e lideram atividades criminosas.

Segundo Carvajal, o principal objetivo do governo legítimo é assumir o controle das FANB. Para isso, é necessário desmantelar o aparato de inteligência cubana e os mecanismos de controle que mantêm a estrutura governamental do país.

Carvajal acredita que enquanto essas questões não forem abordadas, ninguém poderá penetrar na Venezuela e “neutralizar elementos sem antes travar uma guerra”.

A Guarda Nacional Bolivariana (GNB) “além de violar os direitos humanos nas repressões, é a verdadeira empregada do narcotráfico na Venezuela”, disse Carvajal no Twitter.

O major general aposentado expressou seu apoio ao chefe do Parlamento, Juan Guaidó, por assumir como presidente interino do país em vista da usurpação feita por Nicolás Maduro do cargo de presidente.

O soldado, que até semanas atrás estava próximo dos líderes da mais alta hierarquia da chamada revolução bolivariana, disse que cerca de 90% das FANB “quer cumprir com seus deveres constitucionais, mas o controle é muito mais forte do que eles imaginam”.

Ele também garantiu que a maioria dos membros dos outros três componentes das FANB (Exército, Marinha e Aviação) são uma peça “saudável” que pode e “estaria disposta a limpar” o território venezuelano dos guerrilheiros colombianos, traficantes de drogas e outros grupos irregulares.

“Considerações sobre a estratégia para conseguir isso, juntamente com mais informações confidenciais, vou enviar para o Presidente (E) da República”, acrescentou.

Talvez uma das mensagens mais sérias que o ex-general venezuelano enviou através do Twitter se refere aos coletivos de milicianos e grupos terroristas que estão dentro da Venezuela e também em todo o hemisfério.

“O mundo viu na primeira fileira os coletivos e presos liderados por uma ministra não representável. O que ela ainda não viu é a ação de grupos terroristas que vivem na Venezuela e estão infiltrados nas Américas”, afirmou.

Ministra do Serviço Penitenciário da Venezuela, Iris Varela (dir.), visitou no domingo, 24 de fevereiro, a Ponte Internacional Francisco de Paula Santander, que liga a Venezuela a Cúcuta (Colômbia), acompanhada de homens armados desconhecidos em trajes civis e um grupo da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) (Mauricio Dueñas Castañeda/EFE)
Ministra do Serviço Penitenciário da Venezuela, Iris Varela (dir.), visitou no domingo, 24 de fevereiro, a Ponte Internacional Francisco de Paula Santander, que liga a Venezuela a Cúcuta (Colômbia), acompanhada de homens armados desconhecidos em trajes civis e um grupo da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) (Mauricio Dueñas Castañeda/EFE)

Carvajal faz estas declarações justamente no momento em que o Parlamento pede aos membros das FANB “para ficarem do lado da Constituição” e parem de apoiar Maduro apesar do “medo” e da “perseguição” a que podem estar sujeitos.

Carvajal também esclareceu que, do seu ponto de vista, as especulações sobre os cenários de intervenção são falsas, uma vez que, para controlar os grupos paramilitares, não é necessária assistência militar dos Estados Unidos. “Esse aspecto é muito mais fácil do que eles imaginam. Controlando as FANB, os coletivos não apitam mais nada”, afirmou.

Em conversa com o New York Times, o ex-encarregado de inteligência militar venezuelano chamou Nicolás Maduro de ditador, cujo círculo fechado está cheio de corruptos que estão metidos com o narcotráfico e que cortejaram o grupo terrorista Hezbollah.

Maduro nega que seu governo tenha ligação com o Hezbollah.

Sobre a evidente presença militar cubana como a última linha de defesa que sustenta o regime de Maduro, tanto o governo dos Estados Unidos como a OEA e também o presidente Juan Guaidó já a denunciaram.

“Vimos que as Forças Armadas estão absolutamente quebradas, que só através dos cubanos, através da inteligência… se houve uma invasão na Venezuela, foi cubana”, disse Juan Guaidó, presidente interino da Venezuela, durante uma entrevista com a NTN24.

Polícia colombiana acompanha um policial venezuelano que desertou da Venezuela na ponte internacional Simón Bolívar em Cúcuta, Colômbia, depois que o regime de Nicolás Maduro ordenou o fechamento temporário da fronteira com a Colômbia em 23 de fevereiro de 2019 (Luis Robayo / AFP / Getty Images)
Polícia colombiana acompanha um policial venezuelano que desertou da Venezuela na ponte internacional Simón Bolívar em Cúcuta, Colômbia, depois que o regime de Nicolás Maduro ordenou o fechamento temporário da fronteira com a Colômbia em 23 de fevereiro de 2019 (Luis Robayo / AFP / Getty Images)

Um grupo de 156 militares venezuelanos fugiu nas últimas horas para a Colômbia, o que aumenta o número total de uniformizados que chegaram ao país para 567 desde o último dia 23 de fevereiro, informaram fontes nesta quinta-feira, segundo a EFE.

O líder chavista Diosdado Cabello disse que Carvajal “negociou” com os Estados Unidos o apoio a Guaidó porque este país também reconhece o líder da oposição e também pediu aos militares o tráfico de drogas.