Andrew McCabe, o vice-diretor do Departamento Federal de Investigação (FBI) dos Estados Unidos, anunciou que está deixando o cargo efetivamente na segunda-feira, 29 de janeiro, de acordo com a NBC e o New York Times.
McCabe fez o anúncio horas antes de uma votação-chave do Comitê da Câmara na segunda-feira para divulgar publicamente um memorando potencialmente devastador sobre os abusos de vigilância do governo. A aposentadoria de McCabe também ocorre um dia após seu chefe, o diretor do FBI Christopher Wray, visitar o Capitólio para ver o mesmo memorando de 4 páginas.
McCabe é nomeado no memorando junto com o vice-procurador-geral Rod Rosenstein e o ex-diretor do FBI, James Comey, de acordo com o Daily Beast.
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De acordo com vários legisladores que viram o memorando, ele relata o abuso da gestão Obama sobre o sistema de vigilância do governo para espionar pelo menos um membro da campanha do presidente Donald Trump. Os membros da Câmara dos Representantes que leram o documento descreveram-no como “pior do que o caso Watergate” e compararam-no a um “golpe palaciano“.
McCabe está em licença terminal e se aposentará quando for elegível para benefícios completos em março.
Trump criticou McCabe por uma doação de campanha do Senado de US$ 700 mil que a esposa do vice-diretor recebeu de um aliado-chave de Hillary Clinton, enquanto McCabe estava no meio de uma investigação sobre o uso potencialmente criminoso de Hillary Clinton de um servidor privado de e-mail.
Trump parece ter sabido que McCabe estava planejando se aposentar.
“O vice-diretor do FBI, Andrew McCabe, está correndo para se aposentar com todos os benefícios,” escreveu Trump no Twitter em 23 de dezembro, “90 dias para ele partir?!!!”
O memorando da Câmara sobre abusos de vigilância está programado para ser lançado em meio a uma investigação renovada de dois altos funcionários do FBI que trocaram mensagens de texto anti-Trump. Entre as mensagens enviadas entre o alto oficial de contrainteligência do FBI, Peter Strzok, e a advogada sênior do FBI, Lisa Page, havia discussões sobre uma “apólice de seguro” na eventualidade de que Trump fosse eleito e sobre uma “sociedade secreta” dentro do FBI e do Departamento de Justiça (DOJ).
Um informante já disse aos legisladores que a sociedade secreta realizou pelo menos uma reunião secreta fora do local de trabalho e consistia de funcionários do alto escalão do FBI e do DOJ.
“Eu quero acreditar no caminho que você expôs para consideração no escritório de Andy, que não haja como ele ser eleito, mas eu receio que não possamos correr esse risco”, escreveu Strzok numa mensagem para Lisa Page em 15 de agosto de 2016. “Isso é como uma apólice de seguro no evento improvável que você morra antes de completar 40 anos.”
Alguns legisladores acreditam que o “Andy” referido nas mensagens de texto é o próprio Andrew McCabe, informou a Fox News.
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