Mais de 40 países, incluindo todos da União Europeia (UE), os Estados Unidos e o Reino Unido, pediram ao Conselho de Direitos Humanos da ONU uma investigação independente e transparente sobre a morte do líder opositor russo Alexei Navalny, que morreu no último dia 16 de fevereiro em uma prisão no Ártico.
“A morte inesperada e chocante de Navalny é outro sintoma da repressão crescente e sistemática na Rússia”, afirma uma declaração conjunta assinada até agora por 45 governos e lida perante o Conselho de Direitos Humano pela embaixadora da UE na ONU em Genebra, Lotte Knudsen.
“A responsabilidade final pela morte de Navalny cabe ao presidente russo, Vladimir Putin, e às autoridades do país”, acrescenta a nota oficial, que conta também com o apoio de Austrália, Canadá, Costa Rica, Guatemala, Nova Zelândia, Noruega e Ucrânia, entre outros.
Na mesma declaração, os signatários exigiram a libertação imediata e incondicional de outros presos políticos, como Yuri Dimitriev, Vladimir Kara-Murza, Ilia Yashin e Alexei Gorinov, “bem como de defensores dos direitos humanos, jornalistas e opositores da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”.
A nota faz um apelo à Federação Russa para que acabe com o “clima de impunidade”, criando “um ambiente seguro para a oposição política e as vozes críticas, incluindo jornalistas, defensores das liberdades fundamentais e ativistas sociais”.
As autoridades russas, que atribuíram a morte de Navalny a “causas naturais”, negaram repetidamente os apelos por uma investigação internacional sobre sua morte, ocorrida dois meses depois de ter sido transferido para uma colônia penal no Ártico, em condições extremas para muitos prisioneiros.
O líder opositor, de 47 anos, foi enterrado na última sexta-feira em Moscou, em um funeral em que muitos dos seus apoiadores desafiaram as autoridades e compareceram em massa para mostrar seu apoio ao falecido político.