Por Ivan Pentchoukov, Epoch Times
O presidente norte-americano Donald Trump exigiu no domingo, 20 de maio, que o Departamento de Justiça (DOJ) investigue se a sua campanha presidencial foi infiltrada e vigiada para fins políticos e se alguém na gestão Obama ordenou que isso fosse feito.
“Venho por este meio exigir, e o farei oficialmente amanhã, que o Departamento de Justiça investigue se o FBI/DOJ se infiltrou ou vigiou a campanha de Trump para propósitos políticos, e se essas demandas ou requisições foram feitas por pessoas dentro da gestão Obama”, escreveu Trump no Twitter.
A declaração do presidente ocorre depois que autoridades anônimas vazaram a identidade de um espião do FBI que se infiltrou na campanha de Trump em 2016. Trump também sugeriu no sábado (19) que usaria seus poderes executivos para romper um impasse entre o Departamento de Justiça e o Congresso a respeito de documentos da investigação sobre a Rússia.
“Se o FBI ou DOJ estava se infiltrando numa campanha para o benefício de outra campanha, isso é realmente uma grande questão”, escreveu Trump no Twitter. “Somente a divulgação ou revisão de documentos que o Comitê de Inteligência da Câmara (e também o Judiciário do Senado) está pedindo pode dar as respostas conclusivas. Drenem o lodaçal!”
O Departamento de Justiça reteve o nome do espião e outros documentos dos republicanos no Congresso, mas vazou a identidade e detalhes seletivos para o Washington Post e o New York Times.
Devin Nunes, o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, ameaçou obstruir o vice-procurador-geral Rod Rosenstein por desacato e iniciar um processo de impeachment para obter os documentos em questão. Nunes nega que seu pedido se refira a qualquer indivíduo específico.
Pelo menos um espião se encontrou com membros da campanha de Trump, Carter Page e George Papadopoulos, disseram autoridades anônimas do governo ao New York Times. O Washington Post informou que o mesmo espião forneceu informações à investigação do conselheiro-especial Robert Mueller, que começou em maio do ano passado. Mueller assumiu a investigação de contrainteligência do FBI, que, segundo vazamentos anônimos do FBI, começou em 31 de julho de 2016.
O Departamento de Justiça argumentou que a identidade do espião é tão sensível que revelar isso colocaria em risco sua vida. Não está claro o que mudou sobre o status do espião desde aquele aviso terrível e os vazamentos para a mídia.
Embora a identidade do espião só seja oficialmente confirmada se e quando o Departamento de Justiça divulgar seu nome, Chuck Ross, do Daily Caller, informou no sábado (19) que os detalhes vazados para o NYT e o Post “combinam perfeitamente” com sua reportagem de março sobre Stefan Halper, um professor de Cambridge ligado à CIA e ao MI6 (a inteligência britânica).
Halper contatou Page, Papadopoulos e outro conselheiro, Sam Clovis, durante a campanha de 2016. Halper conheceu Page em meados de julho de 2016 e o par permaneceu em contato pelos próximos 14 meses. Halper encontrou Clovis para tomar café em 31 de agosto ou 1º de setembro.
O relacionamento de Halper com Papadopoulos começou com um e-mail não solicitado em 2 de setembro de 2016, com uma oferta para levar o consultor de campanha de Trump a Londres para discutir a redação de um documento sobre questões energéticas na Turquia, Israel e Chipre. Halper ofereceu a Papadopoulos três mil dólares pelo trabalho.
Durante uma de suas reuniões, Halper perguntou a Papadopoulos se ele sabia alguma coisa sobre e-mails do servidor do Comitê Nacional Democrata (DNC) sendo violados pelos russos. Papadopoulos negou qualquer conhecimento, de acordo com fontes do Daily Caller.
A assistente de Halper, Azra Turk, também abordou a questão dos russos e e-mails quando bebeu com Papadopoulos e flertou com ele intensamente.
Turk recentemente encerrou sua conta telefônica. Halper não respondeu aos pedidos de comentários do Daily Caller.
Papadopoulos se declarou culpado de mentir ao FBI sobre seus contatos com outro professor, Joseph Mifsud.
Em abril de 2016, Mifsud disse a Papadopoulos que ele sabia que o governo russo tinha acesso aos e-mails de Hillary Clinton. Duas semanas depois, Papadopoulos teria mencionado os e-mails roubados de Clinton durante uma conversa embriagada com um alto diplomata australiano.
O FBI agora alega, de acordo com vazamentos anônimos para o New York Times, que essa conversa com o diplomata australiano é a razão para o início da investigação de dois anos e em andamento sobre a suposta conivência da campanha de Trump com a Rússia.
A investigação não produziu qualquer evidência de conluio.