O presidente Donald Trump reuniu-se com o secretário de Defesa James Mattis e outros líderes militares no domingo, depois que a Coreia do Norte realizou um sexto teste de armas nucleares. Análises preliminares sugerem que o teste não foi com uma bomba de hidrogênio, mas uma explosão nuclear.
Mattis disse que apresentou ao presidente várias opções militares em resposta à crescente ameaça do regime comunista norte-coreano. “O presidente daria uma coletiva de imprensa sobre cada uma delas”, disse Mattis, acrescentando que os Estados Unidos possuem “a capacidade de defender a nós mesmos e nossos aliados — Coreia do Sul e Japão — de um ataque”.
O último teste nuclear da Coreia do Norte ocorre menos de uma semana depois de ter disparado um míssil balístico sobre o mar do Japão. O regime afirmou que são mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) capazes de chegar ao continente americano e que ele miniaturizara com êxito uma bomba nuclear para caber em uma ogiva do míssil.
Enquanto especialistas são céticos quanto à precisão e alcance dos ICBMs da Coreia do Norte, Guam, bem como parte do continente americano, pode estar ao alcance do regime.
Em discurso no Conselho de Segurança das Nações Unidas na segunda-feira, o embaixador dos EUA na ONU, Nikki Haley disse que a ameaça de um país apontando mísseis com capacidade nuclear para os Estados Unidos é inaceitável.
Hayley disse que a guerra não é algo que os Estados Unidos querem, mas que “a paciência do nosso país não é ilimitada”.
Mattis advertiu várias vezes que uma guerra com a Coreia do Norte seria catastrófica. “Um conflito na Coreia do Norte seria provavelmente o pior tipo de batalha na vida da maioria das pessoas”, disse Mattis à CBS News em maio deste ano.
No entanto, diante das ameaças em curso da Coreia do Norte, Mattis afirmou em um comunicado no domingo que os Estados Unidos não estão procurando a “aniquilação total” da Coreia do Norte, mas que “têm muitas opções de fazê-lo”.
Os Estados Unidos possuem várias bases militares na região, como em Guam, Japão e Coreia do Sul, onde mantém cerca de 28 mil soldados de prontidão.
Em julho, os Estados Unidos realizaram testes com bombardeiros supersônicos B-1B sobre a Península Coreana. Os bombardeiros decolaram de uma base aérea dos Estados Unidos em Guam.
O presidente Donald Trump evocou sua aliada Coreia do Sul numa série de tuítes no domingo, dizendo que “o diálogo sobre o apaziguamento com a Coreia do Norte não funcionará” e que “eles só entendem uma coisa”, provavelmente se referindo à necessidade de ação militar contra o norte.
O presidente Trump também se dirigiu à China dizendo que a Coreia do Norte tornou-se uma “grande ameaça e constrangimento para a China”.
Por diversas vezes este ano, Trump expressou esperança de que a China pudesse ajudar a conter a Coreia do Norte cortando o comércio com a nação desonesta. Em vez disso, a China aumentou o comércio.
“Os Estados Unidos estão considerando, além de outras opções, parar todo o comércio com qualquer país que mantém negócios com a Coreia do Norte”, disse Trump em um tuíte.
O embaixador dos EUA na ONU, Haley, repetiu essa advertência específica na segunda-feira, dizendo que os Estados Unidos avaliarão todos os países que, ao fazer negócios com a Coreia do Norte, ajudam suas intenções imprudentes.
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