EUA: segundo espião tentou infiltrar campanha presidencial de Trump, diz assessor

29/05/2018 15:07 Atualizado: 29/05/2018 15:07

Por Ivan Pentchoukov, Epoch Times

Um ex-assessor de campanha do então candidato presidencial norte-americano Donald Trump revelou na terça-feira, 22 de maio, que um possível segundo espião se aproximou dele em maio de 2016, oferecendo-se para entregar e-mails relacionados à rival de Trump na época, Hillary Clinton.

A existência e a identificação dos detalhes do primeiro espião que se infiltrou na campanha de Trump foram vazados para a mídia por funcionários do governo atual e anterior na semana retrasada.

Michael Caputo, que trabalhou na campanha de Trump por dois meses em 2016, disse à Fox News que uma pessoa que ele acredita ser um espião se aproximou dele por meio de um intermediário e se ofereceu para entregar “e-mails relacionados a Clinton”.

“O que é notável aqui para minha abordagem é que isso aconteceu na primeira semana de maio de 2016, muito distante da linha do tempo que a investigação do [conselheiro-especial Robert] Mueller e outros estão tentando defender”, disse Caputo à Fox.

Caputo disse que o intermediário era um amigo seu que está disposto a falar oficialmente sobre o que aconteceu. Caputo só podia dizer que o espião alegou ser um ex-contratado de uma agência do governo dos EUA.

O espião disse a Caputo que soube da existência dos e-mails de Clinton em 6 de maio e fez a primeira oferta para entregá-los em 9 de maio.

Caputo disse que ele tinha acabado de começar a trabalhar para a campanha na Trump Tower e não se sentiu bem em se apresentar ao resto da equipe com a oferta obscura. Depois de vários dias de telefonemas, Caputo acabou recusando a proposta do espião, temendo que ele estivesse desrespeitando a lei se os e-mails contivessem informações confidenciais. Ele aconselhou o espião a se dirigir a canais apropriados de denúncia.

Mas essa não foi a última vez que ele ouviu do espião. Caputo deixou a campanha de Trump em 20 de junho de 2016, e o espião estendeu a mão novamente por meio de seu amigo em julho. O amigo de Caputo recusou novamente a oferta.

Caputo disse que ficou perplexo quando os investigadores do governo não mostraram interesse na abordagem estranha. Ele disse que informou dois comitês do Congresso e o conselheiro-especial Robert Mueller sobre a interação.

“Eles nem estavam interessados”, disse Caputo sobre a equipe de Mueller. “Eles nem pareciam estar fazendo anotações.”

O Departamento Federal de Investigação (FBI) sustenta que a investigação sobre o suposto conluio entre a campanha de Trump e a Rússia começou em 31 de julho de 2016. A interação de Caputo com o potencial espião aconteceu quase dois meses antes e ameaça destruir a narrativa da agência sobre as origens da investigação.

No domingo (20), o presidente Donald Trump ordenou que o Departamento de Justiça investigasse a atividade de vigilância e espionagem contra sua campanha e se as pessoas envolvidas eram motivadas politicamente. O Departamento de Justiça confirmou horas depois que ordenou que o órgão de fiscalização da agência ampliasse a atual investigação de como a investigação sobre a Rússia foi conduzida para incluir as solicitações do presidente.

“O SPYGATE [a infiltração de espiões na campanha de Trump] poderia ser um dos maiores escândalos políticos da história!”, escreveu Trump no Twitter na quarta-feira (23). “Veja como as coisas mudaram no Criminoso Estado Paralelo. Eles vão atrás da Falsa Colusão com a Rússia, uma Farsa inventada, e acabam sendo apanhados num grande escândalo de Espionagem como nunca se viu antes neste país! O que vai volta!”

O FBI conduziu a vigilância das comunicações da campanha de Trump por meio do uso de mandados do Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA). Os mandados foram obtidos usando um dossiê anti-Trump não verificado e financiado pela campanha de Clinton e pelo Comitê Nacional Democrata. Vários altos funcionários envolvidos na obtenção dos mandados foram encaminhados para investigação criminal.

A existência do primeiro espião foi revelada pela primeira vez em reportagens do New York Times e do Washington Post baseadas em fontes anônimas. Os jornais não divulgaram a identidade do espião, mas publicaram informações suficientes para levar muitos a concluir que o espião era Stefan Halper, um professor de Cambridge vinculado a CIA e o MI6 (a inteligência britânica).