Por Agência EFE
Diplomatas dos Estados Unidos se reuniram com os três candidatos a presidente da Bolívia que lideram as pesquisas de intenção de voto, ou com membros de suas campanhas, para pedir que as eleições, marcadas para o próximo domingo, sejam “livres, justas, transparentes e pacíficas”.
“Nós nos encontramos com os três candidatos ou com membros do alto escalão de suas campanhas”, respondeu à Efe um funcionário do Departamento de Estado americano em entrevista coletiva telefônica realizada nesta quinta-feira.
Washington conversou direta ou indiretamente com o ex-ministro Luis Arce, do Movimento pelo Socialismo (MAS), partido de Evo Morales, e com o ex-presidente Carlos Mesa, da aliança Comunidade Cidadã (CC), que segundo as pesquisas tem maiores chances de se enfrentarem em segundo turno.
Além disso, o terceiro colocado em intenção de votos, o ex-líder cívico boliviano Luis Fernando Camacho, também foi procurado pelos diplomatas americanos.
No entanto, a fonte consultada pela Agência Efe se recusou a dar mais detalhes sobre os participantes destes encontros e os temas debatidos com eles.
“Prefiro dizer, de forma ampla, que estas reuniões foram realizadas em Washington e na Bolívia. Em algumas ocasiões elas foram presenciais e, em outras, virtuais, devido às condições impostas pela pandemia de Covid-19”, afirmou a fonte.
Outra autoridade consultada pela Efe explicou que os Estados Unidos estão em contato com parceiros internacionais para compartilhar informações e garantir o desenvolvimento pacífico das eleições na Bolívia, que nos últimos dias foi palco de dezenas de incidentes violentos relacionados ao contexto político local.
O governo interino, presidido por Jeanine Áñez, e o MAS também se acusaram, mutuamente, de conspirar contra a realização pacífica das eleições e de planejar tumultos.
Na quarta-feira, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, prometeu que o governo dos EUA trabalhará em conjunto com o líder que os bolivianos escolherem de forma “livre e justa”, independente de qual seja e de suas ideologias.
No dia 18 de outubro, os bolivianos vão eleger não só o novo presidente, mas também o vice-presidente, senadores e deputados, já que as eleições de outubro de 2019 foram anuladas em meio a denúncias de fraude eleitoral em favor do então presidente Evo Morales, que nega essa versão dos fatos.
Em novembro de 2019, Morales deixou a Bolívia e pediu asilo político à Argentina, alegando ter sido vítima de um golpe de Estado orquestrado pelos Estados Unidos. O posto foi ocupado por Áñez, que assumiu a presidência com a missão de convocar novas eleições, que foram adiadas duas vezes devido à pandemia.