Por Agência EFE
Washington, 4 set – O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou nesta sexta-feira sanções contra a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Indira Alfonzo, o diretor do órgão, José Luis Gutiérrez, o procurador-geral do país, Reinaldo Muñoz, e David de Lima, ex-gobernador do estado de Anzoátegui.
Em comunicado, Pompeo explicou que decidiu sancionar os quatro indivíduos por “participação” nas supostas tentativas do presidente Nicolás Maduro de “manipular” o CNE e a Assembleia Nacional (parlamento) para “privar o povo venezuelano de eleições livres e justas”.
Os EUA já tinham criticado as eleições legislativas que a Venezuela pretende realizar em 6 de dezembro, pleito que não contará com 27 partidos opositores, que argumentam não haver condições para concorrer.
A principal crítica dos EUA gira em torno da nomeação dos magistrados do CNE, função que caberia à Assembleia Nacional, que atualmente conta com maioria opositora.
Composto por pessoas abertamente ligadas ao chavismo, o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) da Venezuela, designou os magistrados do CNE, por considerar que a Assembleia Nacional se “omitiu” de suas funções, e elegeu Alfonzo como presidente do órgão.
Na opinião de Pompeo, o trabalho de Indira Alfonzo e dos outros indivíduos sancionados busca “ajudar Maduro a subverter o acesso do povo venezuelano às instituições democráticas”. Washington considera a Assembleia Nacional a “única instituição legitimamente democrática restante na Venezuela”.
“Essas ações demonstram os extremos tão desesperados aos quais Maduro e seus comparsas estão dispostos a chegar, e chegaram, rumo à ditadura total”, analisou Pompeo.
Com essas sanções, os EUA congelam todos os bens que os afetados possam ter no país e os proíbe de fazer transações financeiras com qualquer cidadão americano, o que, em teoria, dificulta o acesso ao sistema financeiro internacional, baseado no dólar.
Em 2018, Alfonzo foi sancionada pelo Canadá “em resposta às eleições presidenciais ilegítimas e antidemocráticas” nas quais Maduro foi reeleito como presidente.
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