Por Annie Wu, Epoch Times
Em 13 de dezembro, o governo dos Estados Unidos revelou uma nova estratégia de investimento no continente africano como parte dos esforços para conter a crescente influência da China entre as nações africanas.
A China tratou de aumentar sua influência geopolítica na África, financiando projetos de infraestrutura por meio da iniciativa “Um Cinturão, Um Caminho” (OBOR, na sigla em inglês) e oferecendo sua ajuda em troca de direitos sobre a mineração dos depósitos de recursos naturais.
No entanto, analistas constataram que os investimentos da China estão endividando os países empobrecidos gerando corrupção local, tudo isso com a finalidade de atender aos interesses nacionais do regime chinês.
O conselheiro de Segurança Nacional John Bolton, referindo-se às preocupações de que as ambições da China possam ameaçar a estabilidade e os interesses dos Estados Unidos na África, revelou uma nova iniciativa chamada “Prosper Africa” durante seu discurso na Heritage Foundation em Washington, DC, através da qual os Estados Unidos buscarão acordos comerciais e projetos de investimento para ajudar o crescimento da classe média africana e promover o crescimento econômico sustentável nos países africanos.
A nova estratégia para a África também “tomará várias medidas adicionais para ajudar nossos amigos africanos a combater o terrorismo e fortalecer o Estado de direito”, relatou Bolton.
Em seu discurso, Bolton destacou o padrão chinês de “suborno, acordos opacos e o uso estratégico da dívida para manter os Estados africanos cativos dos desejos e demandas de Pequim”.
Como exemplo, ele mencionou o caso do Djibuti, que deve a maior parte de sua dívida pública à China.
Os chineses também estabeleceram ali sua primeira base militar no exterior, a poucos quilômetros do acampamento base dos Estados Unidos de Lemonnier, que dá apoio às forças norte-americanas que conduzem operações antiterroristas.
Os acordos econômicos da China levaram o Djibuti a considerar abrir mão do controle do Terminal de Contêineres de Doraleh, porto marítimo estrategicamente localizado no Mar Vermelho, para empresas estatais chinesas. Este ano, o governo do Djibuti encerrou repentinamente um contrato com a operadora portuária de Dubai que administrava o terminal de contêineres e, em seguida, nacionalizou as ações em mãos de uma empresa do Djibouti, dando efetivamente o controle ao governo local. Isso levantou a preocupação de que o governo do país africano possa se sentir pressionado a comprometer sua soberania com Pequim.
“Se isso acontecer, o equilíbrio de poder no Chifre da África — uma das principais artérias do comércio marítimo entre a Europa, o Oriente Médio e o Sul da Ásia — pode mudar em favor da China”, alertou Bolton.
A Zâmbia também está bastante endividada com a China. Sua empresa nacional de serviços públicos de energia, a ZESCO, será adquirida por empresas chinesas, depois que a empresa deu um calote nos empréstimos devidos à China, informou a mídia africana em setembro.
O regime chinês fez investimentos importantes através da iniciativa “Um Cinturão, Um Caminho” a fim de negociar o pau-rosa, um material muito cobiçado para a fabricação de móveis chineses.
No entanto, analistas expressaram preocupação com a possibilidade de que a demanda chinesa esteja alimentando a extração ilegal de madeira e dizimando as florestas do país africano.
Bolton classificou a China e a Rússia como ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos porque estão “deliberada e agressivamente concentrando seus investimentos na região a fim de obter uma vantagem competitiva sobre os Estados Unidos”, dando mais exemplos sobre a China.
O Epoch Times informou anteriormente sobre os investimentos de Pequim em Serra Leoa, que colocaram o país em uma situação financeira difícil. O regime chinês também tentou influenciar a política local para eleger membros de um partido político que apoia os acordos comerciais que garantem às empresas chinesas a propriedade de minas de ferro, bauxita e ouro.
A nova estratégia dos Estados Unidos expandirá os mercados para as exportações norte-americanas, ao mesmo tempo em que promoverá o crescimento econômico na África e se engajará com os governos africanos como “parceiros estratégicos”, disse Bolton.