Os Estados Unidos rejeitaram a decisão da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela de realizar eleições presidenciais antes de maio deste ano por considerá-la uma entidade “ilegítima”, e pediram que sejam realizadas eleições “livres e legítimas”.
“Nós apoiamos um sistema de eleições real, completo e justo, e não a ilegítima Assembleia Constituinte que foi criada por Maduro e pelo regime de Maduro”, disse Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado, em uma coletiva de imprensa na terça-feira (23).
Se houver eleições na Venezuela, como prevê o calendário, os Estados Unidos exigem eleições “livres e justas” e “a volta da democracia”, uma vez que consideram que, com o sistema atual, “pressiona-se as pessoas a votar em um determinado candidato “.
Na terça-feira, a Assembleia Constituinte da Venezuela aprovou por decreto a realização de eleições presidenciais no primeiro quadrimestre de 2018.
Ao ser interrogada por um jornalista sobre a proposta de Maduro de ser candidato por seu partido socialista, Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, disse: “Eu não acho que seja uma boa ideia”.
“É o povo da Venezuela que deve escolher ao invés de sofrer pressões para votar em certos candidatos”, acrescentou.
Com o sistema atual, “as pessoas são pressionadas a votar em um candidato específico”.
“Vimos isso acontecer da última vez, quando houve aquelas eleições ilegítimas, pressionaram as pessoas a votar em quem eles queriam”, disse a porta-voz.
Além dos Estados Unidos, a convocação de eleições foi imediatamente rejeitada pela comunidade internacional e pelos países latino-americanos que fazem parte do Grupo de Lima, o que levou o México a anunciar que está se retirando do processo de diálogo na República Dominicana, onde participa como observador nas conversações entre o regime e a oposição. Do mesmo modo, o Chile está prestes a rever se continua acompanhando o mesmo processo.
“Esta decisão torna impossível realizar eleições presidenciais democráticas, transparentes e com credibilidade”, disse o chamado Grupo de Lima, formado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lucia, ao rejeitar o anúncio da Assembleia Constituinte.
A Assembleia Constituinte venezuelana não é reconhecida pela oposição, que tem maioria no legislativo, uma vez que foi formada sem um referendo prévio de aprovação como indicado na Constituição.
As eleições estavam previstas para dezembro de 2018.
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