Os Estados Unidos disseram nesta terça-feira que estão “profundamente preocupados” com a prisão da ativista venezuelana Rocío San Miguel e pediram ao regime do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que cumpra os acordos para melhorar a democracia no país.
Perguntado pela Agência EFE, o porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, John Kirby, disse que o governo dos EUA está monitorando de perto o caso de Rocío San Miguel, que foi detida pelas forças de segurança venezuelanas na última sexta-feira quando tentava embarcar em um voo de Caracas para Miami com sua filha.
A ativista é acusada de participar de uma tentativa de conspiração contra Maduro e outras autoridades de alto escalão, bem como por seu envolvimento em supostos ataques contra unidades militares e outras instituições venezuelanas.
“Estamos profundamente preocupados com isso. O Sr. Maduro precisa honrar os compromissos que assumiu de como tratará a sociedade civil, os ativistas, os partidos de oposição e até mesmo os membros da sociedade venezuelana que desejam concorrer a um cargo. Ele precisa honrar esses compromissos”, disse o porta-voz.
Kirby se recusou a especular sobre como os EUA poderiam responder à detenção de Rocío e a outras ações do governo venezuelano, como a inabilitação de dirigentes políticos, incluindo a líder da oposição María Corina Machado, para ocupar cargos públicos.
A missão da ONU para a Venezuela, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e centenas de organizações de direitos humanos exigiram nas últimas horas a libertação de Rocío, que é presidente da ONG Control Ciudadano e cujas condições de detenção ainda são desconhecidas.
No final do ano passado, o regime de Maduro fez acordos com os EUA e a oposição venezuelana para realizar eleições livres e justas este ano.
O governo de Joe Biden incentivou Maduro a tomar essas medidas, suspendendo as sanções ao setor de petróleo e gás, mas, na ausência de progresso, voltou a impor sanções ao setor do ouro no final de janeiro e afirmou que, se a situação não melhorar, deixará as licenças de petróleo e gás que haviam sido outorgadas à Venezuela expirarem no dia 18 de abril.
O regime de Maduro proibiu a líder opositora Machado de participar das eleições e, nas últimas semanas, prendeu políticos e ativistas sob a alegação de um suposto complô para derrubar o chefe de Governo.