EUA processam Maduro e anunciam recompensa de US$ 15 milhões por captura

26/03/2020 17:39 Atualizado: 26/03/2020 17:39

Por EFE

Washington, 26 mar – O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira que processou o governante da Venezuela, Nicolas Maduro e outras 14 personalidades do movimento chavista, além de dois dissidentes do ex-grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e terrorismo.

Para levar os réus à justiça, os EUA ofereceram US$ 15 milhões por qualquer informação que leve à prisão de Maduro, US$ 10 milhões pela de Cabello e outros US$ 10 milhões por qualquer pista que leve à prisão de uma dessas três personalidades: o vice-presidente econômico Tareck El Aissami, o ex-general venezuelano Hugo Carvajal e o ex-chefe militar Cliver Alcalá Cordones.

“Tenho uma mensagem para o alto escalão do chavismo: a festa está acabando”, disse a procuradora-geral do Distrito do Sul da Flórida, Ariana Fajardo Orshan, em entrevista coletiva.

Procuradores dos estados da Flórida e de Nova Iorque, onde os processos foram apresentados, dizem que desde que o ex-presidente Hugo Chávez tomou posse, em 1999, o governo venezuelano conspira com as Farc para levar toneladas de cocaína para o território dos EUA.

O procurador geral dos Estados Unidos, William Barr, afirmou que, desde 1999, Maduro e outros membros do alto escalão chavista, como Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), fazem parte do “Cartel dos Sóis”, cujo nome se refere à insígnia usada pelos militares venezuelanos de alta patente em seus uniformes.

Segundo Barr, Maduro, como “líder” do Cartel do Sol, e as demais autoridades venezuelanas trabalharam com os dissidentes das Farc para levar cerca de 250 toneladas de cocaína por ano para os EUA através do Caribe e vários países da América Central, incluindo Honduras.

“O anúncio de hoje visa erradicar a corrupção generalizada no governo venezuelano”, disse Barr.

Esta é a segunda vez na história dos Estados Unidos que acusações foram feitas contra um chefe de Estado. Em 1989, promotores em Miami acusaram o ditador panamenho Manuel Noriega – que foi preso quando os EUA invadiram o país centro-americano – de tráfico de drogas. Ele foi processado e preso na Flórida.

Além de Maduro, Cabello, El Aissami, Carbajal e Alcalá Cordones, também são réus o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino; o ministro do Interior, Néstor Reverol, o juiz do Supremo Tribunal de Justiça Maikel Moreno; os ex-ministros da Energia Nervis Gerardo Villalobos Cárdenas e Luis Motta; um ex-militar da Força Aérea Oscar Rafael Colmenarez Villalobos; o superintendente de Criptomoedas da Venezuela, Joselit Ramírez; o ex-subdiretor do Escritório Nacional Antidrogas (ONA) e atual adido militar na Alemanha, Edylberto Jose Molina; assim como Rafael Antonio Villasana Fernández e Vassyly Kotosky Villarroel, ambos ex-membros da Guarda Nacional Bolivariana.