EUA se preparam para impor sobretaxas sobre US$ 16 bi em produtos chineses

Na primeira metade do ano, o desequilíbrio na balança comercial em favor de Pequim aumentou 8,3%

22/08/2018 16:33 Atualizado: 22/08/2018 16:33

Por Agência EFE

O governo dos Estados Unidos está finalizando os preparativos para impor oficialmente nesta quinta-feira (23) sobretaxas de 25% sobre bens importados da China avaliados em US$ 16 bilhões, o que representa um novo capítulo na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

A autoridade alfandegária dos Estados Unidos começará a cobrar esses encargos adicionais à 0h local de quinta-feira (1h em Brasília) a um total de 279 produtos, incluindo certos tipos de óleo lubrificante, tubos de plástico flexível e motores de ar condicionado, entre outros.

Esta é a segunda rodada de tarifas adicionais impostas à China depois dos encargos que entraram em vigor em 6 de julho sobre produtos avaliados em US$ 34 bilhões. Com esse novo pacote, US$ 50 bilhões em produtos serão sobretaxados a partir desta quinta-feira.

O primeiro pacote de tarifas foi respondido de forma recíproca por Pequim, que também anunciou que responderá ao segundo que entrará em vigor nas próximas horas com encargos do mesmo valor.

Depois desta última resposta do regime chinês, o presidente americano Donald Trump anunciou seus planos de aplicar tarifas sobre produtos importados da China avaliados em US$ 200 bilhões, que seriam de 10% em princípio. No entanto, pouco tempo depois, Trump mudou de ideia e solicitou uma cobrança adicional de 25% sobre esses US$ 200 bilhões.

O Escritório do Representante de Comércio Exterior dos EUA (USTR, na siga em inglês), responsável por impor as sanções comerciais, está atualmente analisando essa proposta de Trump de aumentar o alcance das tarifas e divulgará sua decisão nas próximas semanas.

As conversas entre Washington e Pequim em matéria comercial se estagnaram nos últimos meses, período no qual os dois países começaram a se sobretaxar reciprocamente, iniciando uma temida guerra comercial que até agora teve pouco impacto em nível macroeconômico.

Até o momento, os negociadores dos dois países realizaram três rodadas de reuniões para buscar uma solução.

A primeira reunião ocorreu em Pequim no final de abril. Depois, os representantes dos países decidiram em Washington deixar “em aberto” o conflito e, finalmente, no início de junho, voltaram a se reunir na China. É esperada para a próxima semana a visita de uma delegação chinesa à capital americana para prosseguir com os contatos.

O governo dos Estados Unidos calculou que, na primeira metade do ano, o desequilíbrio na balança comercial em favor de Pequim aumentou 8,3%, depois de, em todo o ano de 2017, ter alcançado o recorde de US$ 375 bilhões.