EUA pede que Israel deixe mais ajuda chegar à Faixa de Gaza

Por Agência de Notícias
18/12/2023 16:42 Atualizado: 18/12/2023 16:42

Os Estados Unidos consideram urgente que mais ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza e seja melhor distribuída entre os quase 1,9 milhão de pessoas deslocadas no território palestino por causa da ofensiva militar de Israel.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse nesta segunda-feira ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre a necessidade de tal ajuda para os deslocados, que representam cerca de 85% da população do enclave.

Austin se reuniu com Netanyahu em Tel Aviv para discutir a ofensiva israelense terrestre, marítima e aérea contra o grupo terrorista islâmico Hamas na Faixa de Gaza.

“Estou aqui para que possamos discutir a melhor forma de apoiar Israel no caminho da segurança sustentável”, declarou o representante dos EUA, citado em comunicado do governo israelense.

“Continuaremos fornecendo a Israel o equipamento necessário para que ele possa defender seu país”, incluindo munição, veículos militares e sistemas de defesa aérea, enfatizou Austin, de acordo com o comunicado.

Israel permite que a ajuda humanitária entre por Rafah, na fronteira entre Egito e Faixa de Gaza, e desde domingo, sob pressão americana, permitiu pela primeira vez que ela entrasse por sua própria fronteira no cruzamento de Kerem Shalom, mas ela chega de forma irregular e inadequada.

O secretário de defesa enfatizou o compromisso “inquestionável” dos EUA, principal aliado de Israel, com a ofensiva para acabar com o Hamas e libertar os que ainda são mantidos como reféns na Faixa de Gaza, incluindo os israelenses-americanos.

Os dois também discutiram a situação no Mar Vermelho devido aos ataques dos terroristas rebeldes houthis do Iêmen contra navios israelenses ou aqueles que se dirigem a Israel, nos quais concordaram que o Irã está por trás do que consideram uma ameaça à liberdade de navegação de todo o mundo, devido à importância dessa passagem para o tráfego marítimo.

A visita de Austin ocorre em um momento em que Israel e EUA demonstraram suas diferenças em relação à ofensiva que se arrasta há mais de dois meses, com mais de 19,4 mil mortos, mais de 52,2 mil feridos e uma grave crise humanitária.

Os EUA propuseram passar de uma fase de intervenção militar de “alta intensidade” para uma fase de ataques direcionados aos líderes do Hamas, com operações de inteligência para evitar o sofrimento da população de Gaza.

Netanyahu disse no sábado que Israel assumirá o “controle de segurança” da Faixa de Gaza quando a guerra terminar e o Hamas for eliminado, rejeitando que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) – que governa pequenas partes da Cisjordânia – assuma esse papel, como sugerem os EUA.