O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu a Israel nesta terça-feira “uma investigação rápida, completa e imparcial” sobre o ataque de ontem na Faixa de Gaza que causou a morte de sete trabalhadores humanitários da ONG World Central Kitchen (WCK).
Os trabalhadores da WCK “são heróis” e “devem ser protegidos”, declarou Blinken em uma coletiva de imprensa conjunta em Paris ao lado do ministro das Relações Exteriores francês, Stéphane Séjourné.
O chefe da diplomacia americana disse que falou com o governo israelense para “fazê-los compreender que é preciso fazer mais para proteger as vidas de civis inocentes, sejam crianças palestinas ou trabalhadores humanitários”.
Além disso, considerou “simplesmente insuficiente” o nível de ajuda humanitária que Israel permite que entre em Gaza, cuja população enfrenta uma fome incipiente e também carece de suprimentos médicos.
Blinken acrescentou que na semana passada conversou com o chef espanhol radicado nos Estados Unidos e fundador da WCK, José Andrés, sobre “o extraordinário e corajoso trabalho” que membros daquela ONG realizam em Gaza para levar alimentos a uma população em risco de fome.
Séjourné, por sua vez, expressou a “firme condenação” da França ao que Israel definiu como um ataque “não intencional” das suas Forças Armadas no âmbito das suas operações na Faixa de Gaza.
O conflito em Gaza “não justifica de forma alguma esta tragédia”, comentou o ministro de Exteriores francês, para quem “a proteção dos trabalhadores humanitários é um imperativo moral e jurídico”.
No entanto, Blinken deixou claro que, apesar deste incidente, o governo dos EUA continuará a enviar armas para Israel.
“Temos um compromisso de longa data com a segurança de Israel e a sua capacidade de se defender”, destacou, acrescentando que esse compromisso foi mantido com todas as administrações no poder em Washington, republicanas e democratas.
Blinken lembrou que todos os envios de armas e equipamentos militares para Israel, assim como para qualquer outro país, ocorrem dentro dos parâmetros legais e com notificação ao Congresso.
Por fim, ambos reiteraram que é necessário um cessar-fogo imediato em Gaza, onde o conflito gerado pelos ataques do Hamas contra Israel está prestes a chegar ao seu sexto mês, com quase 33 mil mortos entre os palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.