Por Agência EFE
Os Estados Unidos oferecem recompensas de até US$ 10 milhões por informações que levem à “prisão ou condenação” de três ex-funcionários venezuelanos que não compareceram ao tribunal há anos e enfrentam acusações de tráfico de drogas e outros crimes, informou o Ministério Público do Sul da Florida.
Os ex-funcionários são Pedro Luis Martín Olivares, 53, ex-chefe de Inteligência Econômica do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (Sebin); Rodolfo McTurk-Mora, 58, ex-chefe da Interpol na Venezuela, e Jesús Alfredo Itriago, 62, ex-chefe do Antinarcóticos do Corpo de Investigações Científicas, Criminais e Criminalísticas (CICPC) do país sul-americano, segundo comunicado divulgado terça-feira.
Martín Olivares foi acusado em abril de 2015 por um júri federal de Miami de distribuir mais de cinco quilos de cocaína sabendo que seria importada ilegalmente para os Estados Unidos, entre outros crimes, indica o Ministério Público.
Em maio de 2018, o governo dos Estados Unidos incluiu Olivares em sua lista negra de traficantes de drogas, a quem acusa de terem lavado dinheiro junto com Hugo Carvajal, um capanga do falecido presidente Hugo Chávez.
Até US$ 10 milhões são oferecidos para sua captura por meio do Programa de Recompensas de Narcóticos, pertencente ao Departamento de Estado dos EUA.
McTurk-Mora, por outro lado, é acusado de “conspirar para importar mais de cinco quilos de cocaína para os Estados Unidos e de conspirar com outros para corromper e impedir o processo federal do sul da Flórida do (agora condenado) traficante de drogas Jaime Alberto Marín Zamora ”, afirma o comunicado.
A Promotoria da Flórida cita que, por meio de sua posição oficial à frente da Interpol, McTurk-Mora solicitou suborno de traficantes presos na Venezuela para evitar sua extradição para os Estados Unidos. Até US$ 5 milhões são oferecidos para informações sobre seu paradeiro.
O mesmo valor é oferecido para a captura de Itriago, que em janeiro de 2013 foi acusado por um júri federal em Miami “de conspirar com terceiros para importar mais de cinco quilos de cocaína para os Estados Unidos”.
“Sejam eles funcionários venezuelanos anteriores ou atuais, quer tenham cometido seus crimes há anos ou ontem, quer os pegemos amanhã, daqui a meses ou anos, eu prometo uma coisa: o Departamento de Justiça e seus parceiros de fiscalização da lei não irão descansar até que esses criminosos sejam levados à justiça nos Estados Unidos”, disse Ariana Fajardo Orshan, procuradora dos EUA para o Distrito Sul da Flórida.
A investigação desses casos foi realizada pela US Drug Enforcement Administration (DEA), enquanto a Unidade Internacional de Narcóticos e Lavagem de Dinheiro do Gabinete do Procurador Federal para o Distrito Sul da Flórida é a entidade que os processa.
Keith Weis, agente especial interino encarregado da Divisão de Campo da DEA em Miami, disse por sua vez que “as paredes estão se fechando para Martin Olivares, McTurk-Mora e Itriago”.
O comunicado destaca que, em março deste ano, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos “anunciou acusações de tráfico de drogas, corrupção, narcoterrorismo e outras acusações criminais contra (o líder venezuelano) Nicolás Maduro Moros e 14 atuais e ex-funcionários venezuelanos, incluindo os acusações apresentadas por promotores no Distrito Sul da Flórida ”.
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