EUA: memorando democrata corrobora pontos principais do memorando republicano

28/02/2018 22:03 Atualizado: 28/02/2018 22:03

Por Joshua Philipp, Epoch Times

Os memorandos tão aguardados do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos confirmam que o Departamento Federal de Investigação (FBI) e o Departamento de Justiça (DOJ) usaram fontes terceiras não verificadas e um dossiê financiado pela campanha presidencial de Hillary Clinton e pelo Comitê Nacional Democrata (DNC) para obter mandados de espionagem contra a equipe de Donald Trump.

O memorando inicial foi lançado em 2 de fevereiro pelos republicanos do Comitê de Inteligência da Câmara e o segundo memorando foi divulgado pelos democratas do Comitê em 24 de fevereiro. Enquanto o memorando democrata se destinava a refutar o memorando republicano, sua publicação despertou pouca discussão, uma vez que corroborou as informações mais importantes.

Os pontos-chave no memorando republicano foram que os funcionários do FBI e DOJ usaram um dossiê financiado pelos democratas para obter um mandado de espionagem contra um voluntário da campanha de Trump, Carter Page, e omitiram seus conhecimentos do Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISC) que a campanha de Clinton e o DNC pagaram pelo dossiê.

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Também mostrou que eles renovaram o mandado de espionagem várias vezes usando como base o dossiê e uma reportagem do Yahoo! News, que por sua vez também foi baseado no dossiê. E que o ex-espião britânico Christopher Steele, o autor do dossiê, estava sendo pago pela campanha de Clinton e pelo DNC.

Embora o memorando democrata tenha confirmado que o dossiê de Steele foi usado pelo FBI e pelo DOJ para obter o mandado de espionagem, ele minimizou o significado dessa ação. Ele afirma que “apenas uso limitado” foi feito de “informações das fontes de Steele”. O memorando democrata também cita alegações não verificadas no dossiê que Carter Page se reuniu em 2016 com o presidente-executivo da empresa de petróleo russa Rosneft, Igor Diveykin e com um associado de Putin, Igor Sechin. Carter Page nega essas alegações.

A obtenção do mandado da FISA contra um cidadão americano requer evidência de que o indivíduo atuou como agente de uma nação estrangeira. O dossiê de Steele é a fonte desta alegação contra Carter Page.

Uma resposta ao dossiê democrata, divulgada pelo Comitê de Inteligência da Câmara, observa que o dossiê de Steele “não determinou a decisão do FBI de iniciar sua investigação de contrainteligência no final de julho de 2016”. A resposta afirma que, como diz o memorando republicano, as informações sobre um assessor de campanha de Trump, George Papadopoulos, iniciaram as primeiras investigações do FBI no final de julho de 2016.

No entanto, observa que, após as investigações sobre Papadopoulos estarem em andamento, “a investigação foi fortalecida pelo dossiê de Christopher Steele, que o Departamento de Justiça (DOJ) e o Departamento Federal de Investigação (FBI) usaram para obter um mandado baseado na Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA) contra Carter Page.”

A resposta acrescenta: “A dependência do DOJ e do FBI no dossiê financiado pelo DNC e por Clinton em processos judiciais, e não na investigação geral, é o foco do memorando republicano.”

O memorando democrata também reconhece que o DOJ usou a reportagem do Yahoo! News para corroborar o dossiê de Steele ao solicitar uma renovação do mandado de espionagem da FISA. O memorando argumenta, no entanto, que o artigo do Yahoo! News, de autoria de Michael Isikoff, deveria “informar o tribunal da negação pública de Carter Page sobre suas supostas reuniões na Rússia”, e afirma que outras fontes também foram usadas.

No entanto, o memorando democrata não possui fatos que sustentem essa reivindicação. A reportagem do Yahoo! News não inclui que Carter Page fez a alegada “negação pública”. A reportagem apenas afirma que Carter Page recusou pedidos de comentários e reconhece que os rumores de suas reuniões eram apenas suposições.

De acordo com a resposta do Comitê de Inteligência da Câmara, o ponto-chave sobre a reportagem do Yahoo! News é que tanto a reportagem como o dossiê estavam ligados a Steele. O DOJ corroborou sua fonte principal usando um artigo de notícias com alegações baseadas na mesma fonte.

A resposta afirma: “Steele admitiu reunir-se com o Yahoo! News em setembro de 2016, e Isikoff confirmou publicamente que Steele era a fonte da sua reportagem.”

O presidente norte-americano Donald Trump respondeu ao memorando democrata, escrevendo no Twitter em 24 de fevereiro que “a resposta do memorando democrata sobre os abusos de vigilância do governo é um total FRACASSO político e legal. Apenas confirma todas as coisas terríveis que foram feitas. TÃO ILEGAL!”