Um membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos instou pela indiciação criminal de vários altos funcionários do Departamento Federal de Investigação (FBI) e do Departamento de Justiça (DOJ), afirmando que “provas claras e convincentes de traição” foram reveladas no memorando de abuso da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA) que foi desclassificado na sexta-feira, 2 de janeiro.
O congressista Paul Gosar (R-Ariz.) escreveu no Twitter que dirigirá uma carta ao procurador-geral requerendo acusações de traição contra o ex-diretor do FBI, James Comey, o vice-diretor do FBI, Andrew McCabe, a ex-procuradora-geral Sally Yates, e o vice-procurador-geral Rod Rosenstein.
“O FBI, conscientemente, recebeu informações falsas do Comitê Nacional Democrata [DNC] e da campanha de Hillary Clinton e então usou isso para difamar Donald Trump com o objetivo de prejudicar sua campanha”, escreveu Gosar.
“Isto é política do terceiro mundo em que as agências governamentais oficiais são usadas como instrumentos de ataque em campanhas”, acrescentou.
O memorando de quatro páginas desclassificado pelo presidente norte-americano Donald Trump na sexta-feira, 2 de fevereiro, revelou que altos funcionários do FBI e DOJ conscientemente sonegaram informações importantes do Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISC) para obter um mandado de espionagem contra um conselheiro de campanha de Trump, Carter Page.
Foi revelado que Andrew McCabe, que se demitiu do FBI na segunda-feira, 29 de janeiro, admitiu que o FBI não teria solicitado um mandado de espionagem contra Carter Page sem o dossiê anti-Trump, uma compilação não verificada que foi produzida por um ex-espião britânico e pago por Hillary Clinton e o DNC. O memorando também mostrou que o FBI e o DOJ ocultaram do FISC as origens políticas do dossiê e que Christopher Steele, o autor do dossiê, queria impedir que Trump fosse eleito presidente.
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Gosar escreveu que a conduta dos funcionários na obtenção dos mandados “não é apenas criminosa, mas constitui uma traição”. Segundo a lei dos EUA, a traição é punível com a morte.
O memorando de abuso da FISA é o resultado de uma investigação de um ano conduzida pelo Comitê de Inteligência da Câmara. O documento foi inicialmente divulgado aos membros da Câmara dos Representantes em 18 de janeiro e tornou-se o tema principal das conversas em Washington desde então.
O principal autor do memorando, o congressista Devin Nunes (R-Calif.), disse que o documento não é a única informação que o Comitê divulgará e indicou que os legisladores agora estão investigando alegações de má conduta no Departamento de Estado.
Trump escreveu no Twitter sobre o memorando na manhã de sábado, 3 de fevereiro, e chamou as revelações feitas de “uma desgraça americana”.
“Este memorando exonera ‘Trump’ totalmente no inquérito. Mas a caça às bruxas sobre a interferência russa ainda continua”, escreveu Trump. “Não houve Colusão e não houve Obstrução (a palavra agora usada porque, depois de um ano de investigação incessante sem encontrar NADA, a colusão está morta). Esta é uma desgraça americana!”
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