WASHINGTON – Os Estados Unidos indiciou dois iranianos nesta quarta-feira (28) por lançarem um grande ataque cibernético usando um ransomware conhecido como “SamSam” e sancionaram dois outros por ajudarem a converter os pagamentos de resgate da moeda digital Bitcoin para Rial.
O esquema durou 34 meses atingindo hospitais, escolas, empresas e agências governamentais nas cidades de Atlanta, Geórgia e Newark, causando prejuízos para as vítimas e permitindo que os hackers coletassem mais de $6 milhões de dólares em pagamentos de resgate.
Os supostos infratores, Faramarz Shahi Savandi, 34 anos, e Mohammad Mehdi Shah Mansouri, 27 anos, causaram mais de 30 milhões de dólares em danos ao implantar o ransomware SamSam em mais de 200 vítimas, disseram os promotores em uma entrevista coletiva na quarta-feira.
Ataques de ransomware infectam computadores mantendo-os como refém, até que as vítimas paguem aos hackers para liberar suas máquinas. Em 2017, o ransomware WannaCry prendeu computadores em todo o mundo depois que hackers norte-coreanos atacaram sistemas em hospitais, universidades e bancos.
“As alegações da acusação reveladas hoje – as primeiras do tipo – descrevem como um esquema de chantagem digital internacional de invasão e extorsão oriundo do Irã”, disse o procurador-geral assistente, Brian Benczkowski, ao anunciar as acusações criminais em 28 de novembro.
De acordo com documentos judiciais, Savandi e Mansouri visaram especificamente a infraestrutura crítica, como hospitais e sistemas municipais, para extorquir o máximo de dinheiro possível. O par supostamente procurou vulnerabilidades, disse o advogado, Craig Carpenito.
“O dinheiro não é seu único objetivo. Eles estão tentando prejudicar nossas instituições e nossa infra-estrutura crítica”, disse Carpenito. “Eles estão tentando impactar nosso modo de vida”.
“Ao denunciar aqueles que ameaçam os sistemas americanos, nós expomos criminosos que se escondem atrás de seus computadores e lançam ataques que ameaçam nossa segurança pública e nacional”, disse a diretora assistente do FBI, Amy Hess.
Sarah N. Lynch – Reuters, contribuiu para essa matéria.