Os Estados Unidos anunciaram, nesta sexta-feira (15), sanções contra 25 iranianos, três meios de comunicação apoiados pelo Estado e uma empresa de pesquisa na Internet, quando se aproxima um ano da morte de Mahsa Amini. Através de um comunicado, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, informou que todos eles estão envolvidos “com a repressão violenta do regime iraniano aos protestos em todo o país” após a morte de Amini.
Sua morte em 16 de setembro de 2022, após ser presa por não usar o véu adequadamente, gerou fortes protestos aos gritos de “mulheres, vida, liberdade” que durante meses clamaram pelo fim da República Islâmica.
As revoltas cessaram após uma repressão que causou 500 mortes e milhares de prisões e na qual foram executados sete manifestantes, um deles em público.
O Irã vive um clima de agitação no primeiro aniversário da morte de Mahsa Amini, com uma forte presença policial, duras advertências das autoridades e poucos apelos para voltar às ruas.
Entre os sancionados estão Saeed Montazerolmehdi, porta-voz da Força Disciplinar; o comandante da unidade especial de Teerã, Hossein Amjadian, e o chefe da província de Teerã, Hassan Shahrestani. Este último supostamente teria ordenado aos seus subordinados que “quebrassem o pescoço” de todos aqueles que violassem as regras do véu.
O Departamento do Tesouro afirmou que também foram sancionados membros do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, como Jamal Shakarami, comandante na província de Ilam, uma zona onde estas forças desempenharam um papel crucial na repressão dos protestos.
O chefe da Organização Prisional do Irã, Gholamali Mohammadi, também está nesta lista. Sob a sua liderança, segundo Washington, ocorreram “graves abusos dos direitos humanos” nas prisões do país.
A “Press TV”, canal em língua inglesa da emissora estatal do governo iraniano, foi outro dos sancionados, acusado de ter sido utilizado pelos serviços de inteligência iranianos para recrutar bens, incluindo cidadãos americanos.
“Hoje reafirmamos nosso compromisso com o valente povo do Irã. Eles estão inspirando o mundo com sua resiliência e determinação. E juntamente com os nossos aliados e parceiros, estamos com eles”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, em um comunicado.
Blinken explicou que as sanções desta sexta foram tomadas “em coordenação” com Reino Unido, Canadá, Austrália e “outros parceiros que também estão impondo sanções esta semana”.
“Esta é a 13ª rodada de sanções dos Estados Unidos em resposta à repressão brutal do regime contra os protestos”, lembrou o secretário.
Além disso, Blinken também informou que 13 funcionários iranianos e outros foram proibidos de entrar no país “por sua participação na detenção ou morte de manifestantes pacíficos ou na inibição de seus direitos à liberdade de expressão ou reunião”.
Desde a morte de Mahsa Amini – que também provocou uma onda de protestos internacionais – os EUA aplicaram restrições de visto a 40 funcionários iranianos e outras pessoas.
Há um ano, recorda o comunicado, “a morte trágica e sem sentido” de Amini sob custódia da chamada “polícia da moralidade” do Irã desencadeou manifestações em todo o país “que foram recebidas com violência indescritível, detenções em massa, perturbações sistémicas da Internet e censura”.
“Continuaremos tomando medidas apropriadas, juntamente com os nossos parceiros internacionais, para responsabilizar aqueles que reprimem o exercício dos direitos humanos pelos iranianos”, afirma o comunicado.
Como resultado da ação de hoje, todos os bens e interesses em propriedade de pessoas localizadas nos EUA ou na posse ou controle de pessoas dos EUA devem ser bloqueados e comunicados ao Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros.
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