EUA impõe sanções em membros do Conselho Eleitoral e do Supremo Tribunal da Venezuela

Por Agência de Notícias
12/09/2024 17:04 Atualizado: 12/09/2024 17:04

Os Estados Unidos impuseram sanções contra 16 funcionários do regime ​​venezuelano nesta quinta-feira (12), entre eles membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), do Tribunal Supremo de Justiça e da Assembleia Nacional, por proclamarem falsamente a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.

Entre os sancionados estão a presidente do Tribunal Supremo, Caryslia Rodríguez, o secretário-geral do CNE, Antonio José Meneses, e o vice-presidente da Assembleia Nacional, Pedro Infante Aparicio.

“Em vez de respeitar a vontade do povo venezuelano expressada nas urnas, Maduro e seus representantes proclamaram falsamente sua vitória enquanto reprimiam e intimidavam a oposição democrática em uma tentativa ilegítima de se manterem no poder”, declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em um comunicado.

No total, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções financeiras a 16 pessoas “ligadas a Maduro”, incluindo membros do CNE, do Supremo e da Assembleia Nacional, a quem acusa de terem “impedido um processo eleitoral transparente e a publicação de resultados eleitorais precisos”.

Sob estas sanções, todas as suas propriedades e ativos nos Estados Unidos estão bloqueados e todos estão proibidos de realizar transações financeiras.

O Tesouro americano lembrou que Caryslia Rodríguez, como presidente do tribunal superior, certificou a “alegação infundada de que Maduro venceu as eleições, apesar das acusações bem fundamentadas de fraude eleitoral generalizada”.

Além disso, sancionou os juízes Fanny Beatriz Márquez, Inocencio Figueroa, Malaquías Gil Rodríguez e Juan Carlos Hidalgo, bem como o procurador Luis Ernesto Duéñez, que emitiu o pedido de prisão contra o candidato presidencial da oposição, Edmundo González Urrutia, que os Estados Unidos consideram o vencedor das eleições.

O ditador venezuelano Nicolas Maduro (à esquerda) fala com o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, na segunda-feira (29), durante a entrega do ato de posse como presidente eleito, em Caracas na Venezuela (EFE/ Ronald Peña R.)

Também fazem parte da lista Rosalba Gil Pacheco, do CNE, por “obstrução à democracia”, e o secretário-geral interino do órgão eleitoral, António José Meneses, por introduzir “irregularidades no registro eleitoral”.

Outros destaques na lista de sancionados são o comandante das Forças Armadas Domingo Hernández e o comandante da Guarda Nacional Bolivariana Elio Estrada, que são acusados de reprimir a população venezuelana.

Paralelamente, o Departamento de Estado americano proibiu a entrada nos EUA de “funcionários alinhados com Maduro que minaram o processo eleitoral na Venezuela e que são responsáveis ​​por atos de repressão”.

Com as medidas anunciadas hoje, já são mais de 140 os funcionários venezuelanos sancionados pelo Tesouro dos EUA, enquanto quase 2.000 pessoas estão sujeitas a restrições de visto por parte do Departamento de Estado.

Em uma chamada telefônica com jornalistas, funcionários do governo de Joe Biden afirmaram que continuarão monitorando de perto a situação na Venezuela para avaliar se é necessário impor novas sanções, embora não tenham revelado se pretendem impor novas restrições ao petróleo do país caribenho.

“Os Estados Unidos continuarão promovendo a prestação de contas por parte daqueles que minam a democracia na Venezuela”, advertiu Blinken.

O CNE proclamou a reeleição de Maduro nas eleições de 28 de julho sem publicar as atas de votação, mas a oposição reivindica a vitória de Urrutia, que recentemente solicitou asilo na Espanha.

Sobre o candidato opositor, as fontes americanas ressaltaram que González Urrutia “continua sendo uma voz indiscutível pela paz e pela mudança democrática na Venezuela”.