Por Agência EFE
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs nesta segunda-feira sanções contra o Ministério Público da Nicarágua, assim como a nove funcionários e representantes públicos nicaraguenses de alto escalão, por seu papel na “repressão aos direitos humanos e às liberdades fundamentais” após o que chamou de “farsa” nas eleições presidenciais de 7 de novembro.
Entre os sancionados estão o ministro de Minas e Energia, Salvador Mansell Castrillo; o superintendente de Bancos e Instituições Financeiras, Luis Angel Montenegro Espinoza; e o vice-ministro de Finanças e Crédito Público, Adrián Chavarría Montenegro.
Segundo a diretora do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro americano, Andrea Gacki, o “regime” de Daniel Ortega e da primeira-dama e vice-presidente do país, Rosario Murillo, está usando “legislação e instituições para deter membros da oposição política e desqualificar os nicaraguenses”.
Os funcionários designados são “parceiros-chave nas políticas antidemocráticas da Ortega”, disse o Tesouro.
O Departamento do Tesouro também considera o Ministério Público “responsável ou cúmplice” de “ações ou políticas” destinadas a “minar processos ou instituições democráticas na Nicarágua”.
Foram sancionados, ainda, os prefeitos das cidades de Jinotega, Esteli e Matagalpa, assim como o presidente do Instituto de Energia da Nicarágua, José Antonio Castañeda Méndez.
Como resultado da medida, quaisquer ativos que essas entidades e pessoas possam ter sob jurisdição dos EUA ficam congelados, e elas estão proibidas de se envolver em transações financeiras com cidadãos americanos.
Os EUA impuseram anteriormente sanções a vários membros do círculo próximo de Ortega, incluindo alguns de seus filhos.
O presidente nicaraguense venceu as eleições de 7 de novembro em meio à ausência de fortes nomes de oposição, após a prisão, nos últimos meses, de sete candidatos presidenciais que eram seus principais adversários e a dissolução de três partidos políticos.
Ortega, que voltou ao poder em 2007 após liderar uma junta governamental de 1979 a 1985 e presidir pela primeira vez a Nicarágua de 1985 a 1990, caminha agora para seu quinto mandato e quarto consecutivo. A maioria da comunidade internacional, incluindo os EUA e a UE, desconheceu o resultado do pleito.
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