Funcionários paquistaneses de TI [tecnologia da informação] contratados por cerca de 30 membros democratas do Congresso dos Estados Unidos, incluindo Debbie Wasserman Schultz (D-Fla.) tiveram “acesso contínuo não autorizado” aos computadores da Convenção Democrata e frequentemente acessaram computadores numa sala de conferências do governo, de acordo com dois relatórios do Escritório do Inspetor-Geral (OIG, na sigla em inglês).
Os relatórios do OIG de 20 e 30 de setembro de 2017 foram incluídos em duas apresentações de PowerPoint alegadamente entregues ao presidente da Câmara, Paul Ryan (R-Wis.), à líder da minoria Nancy Pelosi (D-Calif.) e ao Comitê de Administração da Câmara. Uma transcrição das apresentações foi obtida pelo Epoch Times.
As apresentações alegaram que os trabalhadores/assessores de TI paquistaneses estavam envolvidos num caso de corrupção envolvendo funcionários democratas, fraude, chantagem e outros crimes potenciais.
De acordo com as apresentações, os assessores também poderiam estar armazenando “informações sensíveis da Câmara fora da Câmara”. E observa que Dropbox, um sistema de armazenamento em nuvem, foi instalado em dois computadores da Convenção Democrata usados pelos assessores e que duas das contas de usuários “continham milhares de arquivos em sua pasta Dropbox em cada computador”.
Leia também:
• EUA: memorando do Congresso revela tentativa de golpe contra Trump
• EUA: altos funcionários do FBI discutem ‘sociedade secreta’ trabalhando contra Trump
• EUA: complô da gestão Obama para exonerar Hillary Clinton começa a vazar, diz ex-procurador federal
A nova afirmação de que “informação confidencial da Câmara” estava sendo armazenada nos computadores contraria a narrativa atual, promovida pelo Washington Post, de que o servidor continha “trabalhos de casa” e “fotos familiares” das famílias dos trabalhadores de TI.
A Daily Caller News Foundation também informou que “usar o Dropbox é contra os regulamentos da Câmara porque ele arquiva documentos fora do local”, e também cita as apresentações, afirmando: “Com base nos nomes dos arquivos, algumas das informações provavelmente são sensíveis.”
De acordo com a Daily Caller, declarações de vários democratas também indicam que funcionários democratas do Comitê de Administração da Câmara e outros “podem ter retido informações sobre violações da cibersegurança de membros que empregaram os suspeitos e parecem tê-los induzido ao erro sobre a natureza básica da investigação”.
As apresentações nomeiam os trabalhadores de TI como Imran Awan, Abid “Omar” Awan, Hina Alvi, Jamal Awan e Rao Abbas. As apresentações dizem que eles “se conectaram coletivamente em 15 escritórios-membros e na Convenção Democrata, embora não tivessem sido empregados pelos escritórios que acessaram”.
Todos os cinco, afirmam as apresentações, “se conectaram coletivamente no sistema da Convenção [Democrata] 5,735 vezes, uma média de 27 vezes por dia”. Além disso, é observado que Hina Alvi “se conectou aos computadores da Convenção 291 vezes ao longo de um período de 7 meses”. Outro servidor, destaca a apresentação, foi logado em 5,4 vezes por dia, num total de 1.154 vezes.
Esse comportamento, afirmam os relatórios, “é considerado incomum já que os computadores em outros escritórios gerenciados por esses funcionários compartilhados foram acessados no total menos de 60 vezes”.
Leia também:
• Hillary Clinton enfrenta agora três investigações, e pode ser parte de uma quarta
• EUA: inspetor-geral do DOJ encontra mensagens perdidas de funcionários anti-Trump do FBI
• Obama e FBI tentaram silenciar denunciante da reunião entre Clinton e Lynch, documentos revelam
Além disso, observam as apresentações, há sinais de que os indivíduos estavam tentando cobrir seus rastros.
“Este padrão de atividade de login sugere que medidas estão sendo tomadas para ocultar suas atividades”, afirmam os relatórios, observando que os indivíduos apresentaram comportamento usado para evitar o monitoramento da rede e utilizaram técnicas de login que deram acesso temporário, “o que poderia ser feito para evitar o monitoramento da rede”.
O chefe de gabinete da Convenção Democrata, afirmaram os relatórios, inclusive pediu a um dos trabalhadores de TI que não fornecesse serviços de TI em seus computadores, mas o indivíduo ignorou a orientação e continuou a acessar o computador.
Embora os relatórios não tirem conclusões, eles dizem que as ações suscitam preocupações.
O acesso excessivo das redes, afirma, “é uma indicação de que o servidor está sendo usado para fins nefastos e elevou o risco de os indivíduos estarem lendo e/ou removendo informações”.
E acrescenta que os computadores “poderiam ser usados para armazenar documentos tirados de outros escritórios ou evidências de outras atividades ilícitas”, e que os indivíduos poderiam ter usado os computadores para ter acesso a outros sistemas que eles não estavam autorizados a acessar.
Para completar, os relatórios observam que os trabalhadores de TI não foram examinados ou submetidos a verificações de antecedentes.
Como a Daily Caller observou: “Não existe um único cenário em que o acesso foi apropriado porque os membros da Câmara não têm permissão para aceitar serviços de pessoas que não estejam na folha de pagamento e funcionários não têm permissão para fazer login em servidores de membros para quem não trabalham. As apresentações assinalam que essas políticas da Câmara estão codificadas em lei.”
Os relatórios somam-se ao crescente escândalo em torno de Schultz, dos irmãos Awan e de um grupo de democratas.
O congressista Scott Perry (R-Pa.) destacou a gravidade do crescente escândalo durante uma audiência de 10 de outubro em Washington, e observou que ainda não parece haver uma investigação adequada sobre o caso.
Perry observou que “mais de 5.700 logins dos cinco associados de Awan foram descobertos num único servidor dentro da Câmara”, e, dentre esses logins, “5.400 não são autorizados”.
Além disso, Perry observou que os 5.700 logins dos cinco associados de Awan foram encontrados num servidor da Câmara pertencente ao ex-congressista democrata Xavier Becerra, que agora é procurador-geral na Califórnia.
O servidor de Becerra, disse Perry, “estava hospedando a totalidade dos servidores de todos os escritórios-membros que empregavam Amran ou seus associados. Todos eles. A totalidade”, o que viola a política e regulamentos da Câmara.
Isso também significa, acrescentou Perry, que “até 40 ou mais membros do Congresso tiveram todos os seus dados movidos para fora do servidor do escritório ou para fora do seu sistema de armazenamento em nuvem e para o servidor de Becerra sem o seu conhecimento ou consentimento.”
Leia também:
• Trump alerta sobre a ‘enfermidade’ nas instituições dos EUA
• Opinião: A última tentativa de ataque contra Trump e por que irá falhar
• Trump critica senadora Feinstein por vazar transcrição sobre Fusion GPS
• Fusion GPS e a ‘política de seguro’ para prevenir Trump de se tornar presidente
• Departamento de Justiça sinaliza campanha anticorrupção no governo dos EUA
• Colunista conhecido por fofocas maliciosas ataca Trump em novo livro
• Professora de Yale que ‘analisou’ Trump não é licenciada e violou regras éticas
• Dossiê Trump foi usado para obter autorização de vigilância contra equipe de Trump, diz reportagem