Os Estados Unidos formalizaram nesta sexta-feira (16) a designação dos rebeldes houthis do Iêmen como grupo terrorista por causa de seus contínuos ataques a navios comerciais no mar Vermelho.
O governo presidido por Joe Biden anunciou em janeiro que classificaria os rebeldes iemenitas apoiados pelo Irã como terroristas, sanção que entrou em vigor nesta sexta-feira.
Um porta-voz do Departamento de Estado disse a jornalistas que a designação foi adiada por 30 dias para minimizar os riscos ao comércio e dar aos houthis uma “oportunidade de reduzir seus ataques”.
No entanto, os rebeldes iemenitas dispararam hoje contra um navio de bandeira panamenha que transportava petróleo bruto com destino à Índia, ação que Washington diz ser outro exemplo de ataques contínuos à navegação internacional.
O governo dos EUA afirma que terá o cuidado de minimizar os efeitos que a sanção contra os houthis poderia ter sobre o povo iemenita, que está passando por uma grave crise humanitária.
De acordo com o porta-voz, Washington informou as instituições comerciais e financeiras e as organizações de ajuda humanitária sobre as amplas isenções que existem para permitir que elas operem apesar das sanções.
Nem o envio de mercadorias comerciais para portos e aeroportos nas áreas controladas pelos houthis, nem o envio de alimentos e produtos básicos estão proibidos.
Os houthis do Iêmen prometeram na última quarta-feira intensificar os ataques contra a navegação comercial no mar Vermelho se fossem eventualmente classificados como um grupo terrorista pelos EUA.
O governo Biden anunciou em 17 de janeiro que designaria os houthis como terroristas por causa de seus ataques contínuos no mar Vermelho em resposta à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
O ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021) já os havia listado como terroristas em uma de suas últimas decisões antes de deixar o cargo, mas o líder democrata retirou a medida quando chegou à Casa Branca para que as sanções não agravassem a crise humanitária no Iêmen.
Washington agora optou por listar os houthis como um grupo Terrorista Global Especialmente Designado, o que implica um bloqueio do Tesouro dos EUA às propriedades e interesses de seus membros.
No entanto, ao contrário de Trump, o governo Biden decidiu não colocar os rebeldes iemenitas na lista de Organizações Terroristas Estrangeiras, que inclui Al-Qaeda, Estado Islâmico (EI) e Boko Haram.