EUA fecha 32 sites para combater supostos esforços russos para influenciar as eleições de 2024

Por Ryan Morgan
05/09/2024 19:16 Atualizado: 05/09/2024 19:16
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

O governo dos EUA anunciou suspensões de sites e ações de sanções como parte de um esforço para impedir as supostas iniciativas do regime russo de influenciar o resultado das eleições de 2024 nos EUA.

O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) anunciou em 4 de setembro a suspensão de 32 domínios da internet que, segundo alega, estavam sendo operados em uma campanha de influência estrangeira maligna, dirigida pelo governo russo. O DOJ afirmou que os esforços do governo russo, que chamou de “Doppelganger”, violaram os controles de lavagem de dinheiro dos EUA e infringiram marcas registradas.

A operação de influência russa contou com influenciadores, conteúdo gerado por IA e redes sociais para direcionar o tráfego da internet para domínios “ciber-ocupados” e outros, de acordo com uma declaração do Departamento de Justiça (DOJ).

“Ciber-ocupado” refere-se à prática de registrar, usar ou vender um nome de domínio da internet com a intenção de lucrar com a marca registrada de outra pessoa, geralmente para revender a um preço elevado.

O DOJ disse que alguns dos sites visados imitavam portais de notícias estabelecidos, como os operados pela Fox News e Washington Post, para “publicar mensagens do governo russo falsamente apresentadas como conteúdo de organizações de mídia legítimas.”

Outros sites no suposto esquema de influência pareciam ser encarregados de repostar o conteúdo dos sites Doppelganger—sites falsos que imitam o endereço ou aparência de um site verdadeiro para enganar os usuários—segundo o DOJ.

O DOJ afirmou que havia descoberto vários documentos internos do governo russo detalhando planos para influenciar a opinião pública em países-alvo com o objetivo de moldar resultados eleitorais, incluindo o resultado das eleições de 2024 nos EUA.

Uma declaração juramentada para a apreensão dos sites acusou Sergei Vladilenovich Kiriyenko—um membro da equipe presidencial do presidente russo Vladimir Putin—de supervisionar a operação dos sites Doppelganger. A declaração, apresentada na Pensilvânia em 4 de setembro, alega que as empresas russas Social Design Agency, Structura National Technology e ANO Dialog também ajudaram a direcionar as operações dos 32 sites suspensos.

Enquanto o Departamento de Justiça detalhava as acusações relacionadas aos sites Doppelganger, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou que sancionou 10 indivíduos e duas entidades como parte de um esforço mais amplo da Rússia para interferir nas eleições dos EUA.

A designação de sanções tem como alvo a ANO Dialog por seu suposto papel na operação Doppelganger, além de Vladimir Grigoryevich Tabak, executivo da ANO Dialog. A segunda entidade sancionada é um grupo hacker pró-Kremlin chamado RaHDit. Durante uma coletiva de imprensa em 4 de setembro, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, explicou que RaHDit é um acrônimo para “Russian Angry Hackers Did It” (Hackers Russos Furiosos Fizeram Isso).

As sanções visam Aleksey Alekseyevich Garashchenko, o suposto líder do RaHDit, além de Anastasia Igorevna Yermoshkina e Aleksandr Vitalyevich Nezhentsev, por seu envolvimento com o grupo.

Janet Yellen, Secretária do Tesouro, afirmou que essa ação ressalta os esforços contínuos do governo dos EUA para responsabilizar atores patrocinados pelo Estado por atividades que visam minar a confiança pública nas instituições americanas.

Outros indivíduos sancionados incluem Margarita Simonovna Simonyan, Elizaveta Yuryevna Brodskaia, Anton Sergeyvich Anisimov, Andrey Vladimirovich Kiyashko, Konstantin Kalashnikov e Elena Mikhaylovna Afanasyeva, todos editores ou funcionários de alto escalão da RT, uma empresa de notícias patrocinada pelo Estado russo, anteriormente conhecida como Russia Today.

O Departamento do Tesouro afirmou que a liderança da RT iniciou, no início deste ano, um esforço para “recrutar secretamente influenciadores americanos desavisados” para auxiliar em campanhas de influência russa. Essa operação usou uma empresa de fachada para disfarçar seu envolvimento e, por consequência, o envolvimento do governo russo na promoção de conteúdo voltado para influenciar o público dos EUA.

O Departamento de Justiça anunciou uma acusação criminal relacionada em 4 de setembro, acusando Konstantin Kalashnikov e Elena Afanasyeva de canalizar US$ 10 milhões para “financiar e direcionar secretamente uma empresa de criação de conteúdo online com sede no Tennessee.”

A acusação, apresentada em um tribunal federal de Nova York, não identificou diretamente a empresa do Tennessee que recebeu o financiamento. A acusação referiu-se à entidade comercial com sede no Tennessee apenas como “U.S. Company-1.”

Garland afirmou que Kalashnikov e Afanasyeva buscavam expandir canais de conteúdo situados nos EUA que transmitissem “mensagens ocultas do governo russo.”

Os promotores federais alegam que os esforços de Kalashnikov e Afanasyeva para financiar a empresa do Tennessee violaram as leis de lavagem de dinheiro e a Lei de Registro de Agentes Estrangeiros (FARA).

As acusações de lavagem de dinheiro podem resultar em uma pena máxima de 20 anos de prisão, enquanto as acusações sob a FARA tem uma pena máxima de cinco anos de prisão.

Kalashnikov e Afanasyeva permanecem foragidos.

Juntamente com os anúncios de aplicação da lei em 4 de setembro, o Departamento de Estado dos EUA declarou que trataria as entidades de mídia russa RT, RIA Novosti, TV-Novosti, Ruptly e Sputnik que operam nos Estados Unidos como agentes estrangeiros sob a Lei de Missões Estrangeiras. Miller disse que essa designação exigirá que as cinco entidades de mídia russas notifiquem o Departamento de Estado sobre todo o pessoal que trabalha nos EUA e divulguem todas as propriedades que possuam no país.