Por EFE
Washington, 19 ago – O governo dos Estados Unidos “condena energicamente” o golpe de Estado ocorrido no Mali e pediu a libertação e a proteção dos integrantes do governo e de suas famílias, além do restabelecimento da ordem constitucional, afirmou nesta quarta-feira o secretário de Estado, Mike Pompeo.
Em comunicado, Pompeo declarou que os EUA condenam “o motim de 18 de agosto como condenariam qualquer tomada de poder à força”.
“Juntamo-nos à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental e à União Africana, assim como a outros parceiros internacionais, na denúncia destas ações”, acrescentou Pompeo.
O secretário de Estado insistiu para que “a liberdade e a segurança dos funcionários governamentais detidos e das suas famílias sejam garantidas”, e instou “todos os setores políticos e militares a trabalharem para a restauração do governo constitucional” através do diálogo pacífico e com respeito aos direitos dos cidadãos.
Os militares, que tomaram o poder na terça-feira, após a dissolução da Assembleia Nacional, forçaram a renúncia do presidente Ibrahim Boubacar Keita (conhecido como IBK) e do governo, criando um “Comitê Nacional para a Salvação do Povo”.
É especulado que alguns membros do governo estejam nas mãos dos militares golpistas, mas, até agora, só IBK apareceu em público para ler uma carta de renúncia, na qual disse que deixou o poder para “evitar o derramamento de sangue”.
Os militares decretaram um toque de recolher noturno e o fechamento das fronteiras aéreas e terrestres do país “até nova ordem”. Este fechamento já havia sido anunciado horas antes pelos países vizinhos, que integram, juntamente com o Mali, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
A entidade emitiu, na noite passada, uma declaração com a qual suspendeu a participação do Mali em todos os seus órgãos de decisão, pedindo aos membros que adotem sanções contra os líderes golpistas e solicitem a “ativação da força da CEDEAO”, uma ameaça velada de intervenção militar.
Este é o quarto golpe de Estado na curta história do Mali, que conquistou a independência da França em 1960. Os militares tomaram o poder em 1968, 1991 e 2012, sendo o último golpe o que abriu as portas do país para grupos jihadistas, uma das maiores ameaças da atualidade.
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