EUA: ex-diretor do FBI vazou documentos secretos, confirmou senador

05/01/2018 19:29 Atualizado: 05/01/2018 19:29

James Comey, o ex-diretor do Departamento Federal de Investigação (FBI), vazou pelo menos um memorando que continha informações secretas para um amigo e professor de direito da Universidade de Columbia, de acordo com o senador Charles Grassley, que revisou os memorandos em condições reservadas.

Charles Grassley e sua equipe revisaram sete memorandos que Comey escreveu com base em seu encontro com o presidente estadunidense Donald Trump. Destes, quatro foram marcados como “secretos” ou “confidenciais”, de acordo com uma carta que Grassley enviou ao vice-procurador-geral Rod Rosenstein na quarta-feira, 3 de janeiro.

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De acordo com a carta, Comey forneceu ao professor Daniel Richman da Faculdade de Direito de Columbia quatro dos sete memorandos e encorajou-o a “detalhar os memorandos [de Comey] para a imprensa”.

“Se é verdade que o professor Richman teve quatro dos sete memorandos, a partir do fato de que quatro dos sete memorandos que o Comitê revisou são classificados, parece que pelo menos um memorando que o ex-diretor do FBI deu ao professor Richman continha informações confidenciais”, escreveu Grassley. “Posteriormente, o professor Richman leu uma parte de um dos memorandos para um repórter do New York Times.”

EUA, FBI, James Comey, vazamento - Chuck Grassley (R-IA), presidente do Comitê de Inteligência do Senado, no Capitólio em Washington, D.C., em 6 de dezembro de 2017 (Drew Angerer/Getty Images)
Chuck Grassley (R-IA), presidente do Comitê de Inteligência do Senado, no Capitólio em Washington, D.C., em 6 de dezembro de 2017 (Drew Angerer/Getty Images)

O Comitê do Judiciário de Grassley entrou em contato com Richman buscando obter cópias dos memorandos, mas Richman recusou colaborar. Ele também se recusou a confirmar quantos memorandos ele recebeu ou se ele conservou alguma cópia.

Richman disse a Fox News que ele entregou todos os memorandos ao escritório do conselheiro especial Rober Mueller.

O comitê de Grassley agora pede a Rosenstein e ao Departamento de Justiça que esclareçam uma longa lista de perguntas não respondidas sobre os memorandos, incluindo quem os marcou como “secretos” ou “confidenciais”, quando as marcações foram adicionadas, quais memorandos foram entregues a Richman e se investigações apropriadas foram conduzidas para identificar se Comey violou as leis aplicáveis ​​ou as políticas do departamento.

O presidente Trump ficou indignado ao saber sobre os vazamentos de Comey para a mídia.

A divulgação de informações classificadas é punível com até 10 anos de prisão.

Comey disse ao Comitê de Inteligência do Senado em julho de 2017 que ele via os memorandos como “documentos pessoais”, de acordo com o Washington Examiner.

“Eu entendi que isso era minha lembrança registrada da minha conversa com o presidente”, disse Comey ao comitê, de acordo com o Washington Examiner. “Como cidadão particular, eu pensei que era importante divulgar.”

EUA, FBI, James Comey, vazamento - O presidente estadunidense Donald Trump (Samira Bouaou/The Epoch Times)
O presidente estadunidense Donald Trump (Samira Bouaou/The Epoch Times)

Comey disse que instruiu seu amigo a vazar um dos memorandos para a imprensa a fim de desencadear a nomeação de um conselheiro especial para investigar a intromissão russa nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA.

Trump demitiu Comey em maio de 2017 e Rosenstein nomeou Mueller para investigar a alegada colusão.

Grassley exigiu respostas de Rosenstein até 17 de janeiro.

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