Os Estados Unidos planejam enviar uma “delegação não oficial” a Taiwan depois das eleições presidenciais marcadas para 13 de janeiro na ilha, informou nesta quarta-feira um funcionário graduado do governo americano.
A Casa Branca ainda não determinou a data exata da chegada da delegação a Taiwan ou quem fará parte dela, disse o funcionário em uma entrevista coletiva por teleconferência.
Essas delegações geralmente são compostas por ex-funcionários dos EUA, incluindo militares e diplomatas, assim como ex-congerssistas.
Ele argumentou que o envio de tal delegação não deve ser visto como uma provocação pela China, que reivindica a ilha como parte de seu território, e lembrou que os EUA enviaram essas delegações a Taiwan em outras ocasiões nas últimas duas décadas.
O próprio Biden enviou delegações “não oficiais” a Taiwan duas vezes, uma em abril de 2021 e outra em fevereiro de 2022.
“Dado nosso relacionamento não oficial com Taiwan, frequentemente enviamos essas delegações não oficiais de alto nível compostas por ex-funcionários do governo a Taipé”, disse o funcionário graduado. “Temos uma tradição de décadas de fazer isso”, acrescentou.
Nesse caso, o objetivo da delegação será se reunir com quem quer que seja eleito nas eleições de Taiwan para discutir a política dos EUA em relação à ilha e a cooperação mútua.
Taiwan, a ilha democrática autogovernada que a China reivindica como parte de seu território e para a qual Washington envia uma grande quantidade de armas, é a principal fonte de tensão entre as duas potências.
Na coletiva, outro funcionário deixou claro que Washington se opõe a qualquer tentativa de Pequim de influenciar a eleição e desequilibrar a balança contra o candidato do Partido Democrático Progressista (DPP), William Lai, líder nas pesquisas e atual vice-presidente, a quem Pequim acusou de ser um “separatista”.
Com suas declarações públicas, a China deixou claro que prefere uma vitória da oposição, seja de Hou Yu-ih (KMT) ou Ko Wen-je (TPP), à continuidade de Lai.
Embora nenhum dos candidatos fale em romper o status quo atual, no qual Taiwan não declarou formalmente independência, mas também não está sob o controle da China, outra vitória do DPP – a terceira consecutiva – é o pior cenário para Pequim, que espera concluir o que chama de “reunificação” nacional até 2049, no 100º aniversário do nascimento da República Popular da China.
Biden e Xi se reuniram em novembro do ano passado na Califórnia e, nessa reunião, se comprometeram a manter as linhas de comunicação abertas para evitar que o relacionamento tumultuado se transforme em um conflito aberto.
Naquela reunião, Biden já havia pedido a Xi que respeitasse a independência das eleições de Taiwan.
Enquanto isso, Xi aproveitou a oportunidade para lembrar a seu colega que Taiwan é a questão “mais importante e sensível” nas relações bilaterais, e pediu diretamente a Biden que tome “medidas reais” para honrar seu compromisso de não apoiar a independência de Taiwan.