EUA e Rússia debaterão sobre segurança na Ucrânia e controle de armas no dia 10 de janeiro

EUA e Ucrânia afirmam que a Rússia pode estar se preparando para uma invasão ao seu ex-vizinho soviético

29/12/2021 15:22 Atualizado: 29/12/2021 15:22

Por Lorenz Duchamps

Negociadores russos e americanos iniciarão negociações bilaterais no dia 10 de janeiro para discutir as tensões em curso sobre a Ucrânia e um aumento na atividade militar perto de sua fronteira ocidental, confirmou um funcionário da Casa Branca, na noite de segunda-feira.

“Os Estados Unidos estão ansiosos para envolver-se com a Rússia”, declarou um porta-voz do Conselho da Segurança Nacional à agência de notícias AFP, sob condição de anonimato. “Quando nos sentarmos para conversar, a Rússia pode colocar suas preocupações sobre a mesa e nós também colocaremos nossas preocupações com as atividades da Rússia sobre a mesa”.

O porta-voz acrescentou que representantes de Moscou e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) também devem se encontrar para uma reunião no dia 12 de janeiro, enquanto espera-se que representantes da Rússia e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) reúnam-se no dia 13 de janeiro.

O Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, também se ofereceu anteriormente para retomar o diálogo com Moscou sobre o aumento militar em torno da Ucrânia e propôs a formação de um Conselho OTAN-Rússia em meados de janeiro.

Sergey Ryabkov, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, confirmou à agência de notícias TASS, na terça-feira, que as negociações de 10 de janeiro estão programadas para ocorrer em Genebra, na Suíça.

Ryabkov afirmou esperar que “as consultas bilaterais russo-americanas” evoluam para negociações sobre projetos de acordos anteriormente oferecidos por Moscou.

Vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia e chefe da delegação, Sergei Ryabkov, participa de uma conferência sobre o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) em Pequim, na China, no dia 30 de janeiro de 2019 (Thomas Peter / POOL / AFP via Getty Images)
Vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia e chefe da delegação, Sergei Ryabkov, participa de uma conferência sobre o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) em Pequim, na China, no dia 30 de janeiro de 2019 (Thomas Peter / POOL / AFP via Getty Images)

Anteriormente neste mês, a Rússia revelou uma lista de desejos para propostas de segurança que gostaria de negociar, incluindo a promessa de que a Otan desistiria de qualquer atividade militar no Leste Europeu e na Ucrânia.

Os Estados Unidos e a Ucrânia afirmam que a Rússia pode estar se preparando para uma invasão ao seu ex-vizinho soviético, acusação que a Rússia negou repetidamente. Em vez disso, Moscou afirma que foi o relacionamento crescente da Ucrânia com a OTAN que causou a escalada do impasse.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou no dia 23 de dezembro que deseja evitar o conflito, mas uma resposta “imediata” dos Estados Unidos e seus aliados às suas demandas por garantias de segurança é urgente.

O governo do presidente Joe Biden declarou que algumas das propostas de segurança da Rússia são inaceitáveis, mas que Washington responderá com idéias mais concretas sobre o formato de quaisquer negociações.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, indicou na semana passada que as negociações bilaterais provavelmente continuarão, embora nenhum detalhe ainda tenha sido finalizado.

“Houve propostas apresentadas pelos russos – algumas com as quais concordaríamos, outras com as quais certamente não concordaríamos”, afirmou Psaki durante uma coletiva de imprensa do dia 23 de dezembro. “Também concordamos que conversas diplomáticas são o caminho certo a seguir”, ela adicionou.

A Reuters contribuiu para esta reportagem.

Por NTD News

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