EUA e Japão devem reforçar defesa e colaboração em pesquisa mediante ‘ações provocativas’ da China em águas disputadas

'Ações provocativas de Pequim continuam aumentando as tensões no Estreito de Taiwan e nos Mares do Leste e do Sul da China', afirma Blinken

07/01/2022 15:51 Atualizado: 07/01/2022 15:51

Por Aldgra Fredly 

Estados Unidos e Japão reforçarão a colaboração na defesa em pelo menos dois novos contratos na sequência de ‘ações provocativas’ da China no disputado Mar do Sul da China e no Estreito de Taiwan, declarou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na quinta-feira.

Falando na abertura de uma reunião virtual entre os ministros das Relações Exteriores e da Defesa dos dois países, Blinken afirmou que os aliados assinarão um novo acordo de cinco anos sobre a presença militar dos EUA no Japão, que ajudará a “aprofundar nossa prontidão e interoperabilidade militar”.

Sob os termos do acordo de hospedagem, que vai até 2026, o Japão gastará aproximadamente US$1,82 bilhão anualmente para financiar sua participação na manutenção de cerca de 55.000 soldados americanos no Japão.

Os dois aliados também assinarão um novo acordo de pesquisa e desenvolvimento para colaborar em questões emergentes relacionadas à defesa, incluindo maneiras de combater ameaças hipersônicas e avançar nas capacidades espaciais, relatou Blinken.

Blinken enfatizou que a aliança Japão-EUA “deve não apenas fortalecer as ferramentas que temos, mas também desenvolver novas”, citando a crescente assertividade da China no disputado mar e o fortalecimento militar da Rússia nas fronteiras da Ucrânia.

“A China e a Rússia continuam a violar as normas internacionais – em terra, no mar, no espaço, no ciberespaço. As ações provocativas de Pequim continuam aumentando as tensões no Estreito de Taiwan e nos Mares do Leste e do Sul da China”, observou ele.

Blinken também afirmou que a cooperação de defesa Japão-EUA deve ser fortalecida à luz dos programas nucleares e de mísseis ilegais da Coreia do Norte, citando o recente lançamento de mísseis no leste da Coreia do Norte, que supostamente aterrissou fora da zona econômica exclusiva do Japão.

O ministro das Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, afirmou na reunião virtual que a comunidade internacional enfrenta desafios multifacetados, incluindo a “ tentativa unilateral e coercitiva de mudar o status quo, uso abusivo de pressão injusta e expansão do regime autoritário [sic]”.

O anúncio veio após o Japão assinar um acordo de acesso recíproco com a Austrália, que visa “apoiar um engajamento prático maior e mais complexo” entre as forças de defesa dos dois países.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, declarou que o tratado Japão-Austrália também contribuiria para uma “agenda em expansão” para o Quad, um diálogo de segurança estratégica informal entre os Estados Unidos, Austrália, Índia e Japão que promove uma região Indo-Pacífico livre.

O ministro da Defesa do Japão, Kishi Nobuo, transmitiu a seu homólogo chinês, Wei Fenghe, por videoconferência no mês passado que o Japão se opõe a tentativas unilaterais de mudar o status quo no Mar do Sul da China por coerção.

Kishi expressou preocupação com a situação no Mar do Sul da China, particularmente nas Ilhas Senkaku, onde o Partido Comunista Chinês vem realizando repetidas intrusões. O ministro instou a China a “autocontenção”.

Wei respondeu afirmando que a China “Irá salvaguardar firmemente sua soberania territorial e direitos e interesses marítimos” nas Ilhas Senkaku, que a China chama de Ilhas Diaoyu, enfatizando a necessidade de ambos os países fazerem esforços conjuntos para manter a paz e a estabilidade no Mar do Sul da China.

A Associated Press contribuiu para esta reportagem.

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