Por Melanie Sun
Autoridades dos Estados Unidos e da Coreia do Sul confirmaram que os dois aliados seguirão em frente planejando encerrar dois de seus maiores exercícios militares na primavera em favor de iniciativas mais simplificadas.
O Pentágono informou em um comunicado de imprensa, em 2 de março, que os Estados Unidos e os chefes de defesa sul-coreanos decidiram concluir seus exercícios em larga escala e substituí-los por programas de treinamento mais focados.
“Após uma estreita coordenação, ambos os lados decidiram concluir a série de exercícios KEY RESOLVE e FOAL EAGLE”, diz o comunicado.
Em vez disso, depois de analisar o resultado da segunda cúpula do presidente Donald Trump com o líder norte-coreano Kim Jong Un, o secretário de Defesa americano, Patrick Shanahan, e o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Jeong Kyeong-doo, concordaram em “manter uma prontidão militar firme através de exercícios de Posto de Comando recém-elaborados e programas de treinamento de campo revisados.”
Today ROK MinDef Jeong Kyeong-doo @ROK_MND & I agreed to maintain strong military readiness through newly designed Command Post exercises & revised field training programs. Together we are ready to meet any security challenge. #UNC #USFK #CFC #KatchiKapshida #Alliance
— Acting SecDef Pat Shanahan (@ActingSecDef) March 2, 2019
Ambas as autoridades “deixaram claro que a decisão da Aliança de adaptar nosso programa de treinamento reflete nosso desejo de reduzir a tensão e apoiar nossos esforços diplomáticos para alcançar a desnuclearização completa da Península Coreana, de uma maneira final e totalmente confirmada”, disse o comunicado.
O Ministério da Defesa de Seul divulgou uma declaração semelhante.
Um funcionário disse à NBC News: “Os Estados Unidos identificaram formas de mitigar potenciais preocupações de prontidão, observando as tarefas exigidas na missão, em vez de ter que realizar exercícios em grande escala”.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul suspenderam alguns outros exercícios conjuntos, como os exercícios conjuntos Ulcus-Freedom Guardian, em junho de 2018, e o exercício aéreo Vigilant Ace, em outubro de 2018, após a primeira cúpula de Trump com Kim em Cingapura no ano passado.
Na cúpula de Cingapura, Trump prometeu cancelar os “jogos de guerra” na região, para garantir a segurança da Coreia do Norte, depois que Kim concordou em interromper imediatamente todos os testes nucleares e de mísseis e destruir o principal local de testes nucleares do Norte, além de outro local para testes de tecnologia de mísseis. Kim também concordou em se comprometer com a completa desnuclearização da Península Coreana na cúpula.
“Nas circunstâncias em que estamos negociando um acordo completo e abrangente, acho inadequado ter jogos de guerra”, disse Trump na época.
Depois que a segunda cúpula com Kim, em Hanói, terminou em 28 de fevereiro, sem um acordo para avançar a desnuclearização, Trump foi questionado pela mídia se ele iria re-impor exercícios militares na região.
Trump disse aos repórteres que as despesas envolvidas na condução dos exercícios em larga escala foram um fator na decisão de descontinuar e considerar estratégias alternativas.
“Esses exercícios são muito caros”, disse Trump. “Eu não estou dizendo que não seja necessário, porque em alguns níveis é, mas em outros níveis não é. Mas é uma coisa muito, muito cara. E você sabe, nós temos que pensar sobre isso também”.
Trump disse que, em sua opinião, a Coreia do Sul deveria pagar mais pela presença militar dos Estados Unidos na região. “Estamos protegendo a Coreia do Sul. Eu acho que eles deveriam nos ajudar com isso”, disse ele.
“Estamos gastando uma quantidade enorme de dinheiro em muitos países, protegendo países que são muito ricos e que certamente podem pagar”.
A península coreana permanece em estado técnico de guerra porque a Guerra da Coréia de 1950 a 53 terminou com um armistício, não um tratado de paz. Cerca de 28.500 soldados americanos estão na Coreia do Sul para deter a possível agressão da Coreia do Norte.
A declaração do Pentágono acrescentou que tanto os Estados Unidos quanto a Coreia do Sul continuam compartilhando uma aliança robusta para garantir “paz e segurança na Península Coreana” e estão de acordo em “continuar fortalecendo a coordenação e a cooperação” por meio de reuniões no futuro próximo.
De NTD.com