Por Aldgra Fredly
A aliança Estados Unidos-Coreia do Sul está ficando “mais forte do que nunca” e os dois aliados estão se preparando para atualizar o guia de planejamento estratégico para dissuadir ameaças militares da Coreia do Norte, afirmaram os líderes militares de ambos os países em um comunicado conjunto.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e seu homólogo sul-coreano, Suh Wook, aprovaram a nova orientação de planejamento estratégico, refletindo as mudanças no ambiente estratégico, em uma reunião em Seul, na quinta-feira.
Os dois chefes relataram estarem comprometidos “em fortalecer a postura de dissuasão da aliança, aproveitando todas as capacidades disponíveis da aliança, incluindo capacidades cibernéticas e espaciais”, e concordaram em atualizar os planos operacionais em resposta às ameaças à segurança na península coreana.
“O Guia de Planejamento Estratégico de 2010 permanece eficaz, mas compartilhamos a necessidade de um novo plano de guerra que possa refletir as ameaças em evolução da Coreia do Norte e as mudanças em nossa própria reforma de defesa e estrutura de comando combinada. Bem como no ambiente estratégico geral”, afirmou Austin a repórteres.
O comunicado afirma que a Península Coreana é um dos lugares do mundo onde o conflito pode começar sem aviso prévio, e as forças na Coreia do Sul – incluindo 28.000 americanos – devem estar preparadas para “lutar esta noite”.
Os dois oficiais de defesa discutiram a prontidão da força combinada para “lutar hoje à noite” e procuraram maneiras de melhorar essa prontidão.
Os Estados Unidos reafirmaram seu compromisso em fornecer maior poder de dissuasão à Coreia do Sul e de utilizar toda a gama de recursos de defesa dos EUA, incluindo nucleares, convencionais e antimísseis, de acordo com o comunicado.
Olhando para além da península, ambas as nações se comprometeram com a ordem baseada em regras no Indo-Pacífico. “Também reafirmamos a importância de aprofundar a cooperação trilateral de segurança entre os Estados Unidos, a República da Coreia e o Japão”, afirmou Austin.
A declaração conjunta também reafirmou “a importância de preservar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, retomando o discurso usado pela primeira vez pelo presidente sul-coreano Moon Jae-in em maio, quando se encontrou com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Washington.
Suh afirmou que os Estados Unidos manterão seus atuais 28.500 militares na Península Coreana e que os dois aliados avançaram no cumprimento das condições para a transferência do controle operacional para a Coreia do Sul.
Ambos os chefes pretendem realizar uma avaliação completa das capacidades operacionais do futuro comando das forças combinadas, no próximo ano.
Mísseis hipersônicos da Coreia do Norte e da China
A Coreia do Norte tem desenvolvido continuamente seus sistemas de armas, em meio a negociações paralisadas com o objetivo de desmantelar seus arsenais nucleares e de mísseis balísticos, em troca do alívio das sanções dos EUA.
Em setembro, o país teria testado um lançamento teste de um novo míssil hipersônico em sua costa leste, em direção ao mar. A mídia estatal descreveu o novo míssil, apelidado de Hwasong-8, como uma “arma estratégica”, o que implica que ele tem capacidade nuclear.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, também prometeu construir um exército “invencível”, acusando os Estados Unidos de serem uma “fonte” de instabilidade na península coreana. Kim realizou os comentários na Exposição de Desenvolvimento da Defesa, em 12 de outubro, que apresentou vários equipamentos militares, incluindo os ICBMs do país, informou a Associated Press.
Na conferência de imprensa após a reunião de quinta-feira, Austin foi questionado por um repórter se o próprio programa de mísseis hipersônicos da China estava complicando ainda mais a situação na Coreia.
“Como já afirmamos, estamos preocupados com as capacidades militares que [a República Popular da China] continua a buscar”, relatou Austin.
“E a busca por essas capacidades aumenta as tensões na região. Sabemos que a China conduziu o teste de uma arma hipersônica em 27 de julho”, declarou.
“Isso apenas ressalta o motivo de percebermos a RPC como nosso desafio em andamento e continuaremos a manter nossas capacidades de defesa e dissuasão contra uma série de ameaças potenciais da RPC para nós e nossos aliados.”
Com informações da Reuters
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