EUA e aliados denunciam violações de direitos humanos norte-coreanas

Por Agência de Notícias
10/12/2022 15:12 Atualizado: 10/12/2022 15:12

Os Estados Unidos e vários países aliados denunciaram nesta sexta-feira (09) perante o Conselho de Segurança da ONU as violações de direitos humanos cometidas pelo governo da Coreia do Norte e argumentaram que representam uma ameaça para a paz e a segurança internacional.

“As violações de direitos humanos do regime estão vinculadas de forma indissolúvel ao programa de armas ilegal e desestabilizador do país”, disse a embaixadora americana Linda Thomas-Greenfield, lendo uma declaração acordada por cerca de 30 países.

Segundo esses Estados, as políticas repressivas do governo de Kim Jong-un permitem que recursos sejam destinados ao desenvolvimento de armas às custas dos cidadãos do país, enquanto o trabalho forçado é usado para financiar esses avanços militares.

Por todas essas razões, argumentaram que o Conselho de Segurança – que trata de questões de paz e segurança – deve tratar da situação dos direitos humanos no país asiático, algo a que outros membros, incluindo Rússia e China, se opõem.

Durante anos, o mais alto órgão de tomada de decisão das Nações Unidas realizou um debate público anual sobre esta questão, apesar da oposição de Pequim e Moscou, que então não tinham apoio suficiente para interromper tais discussões.

No entanto, desde 2018 o Conselho de Segurança não realiza sessões deste tipo, presumivelmente porque já não conta com apoio suficiente dentro do órgão, onde normalmente é necessário o apoio de pelo menos nove dos 15 Estados-membros para a realização de uma sessão à qual outros países se opõem.

Assim, os Estados Unidos e seus aliados optaram nos últimos anos por levantar a questão a portas fechadas, aproveitando um ponto de “assuntos diversos” da agenda do Conselho, algo que voltaram a fazer hoje.

Thomas-Greenfield espera que os membros do Conselho de Segurança apoiem uma reunião pública no próximo ano para discutir as implicações para a paz e a segurança dos abusos do regime norte-coreano e explorar formas de incorporar a defesa dos direitos da população na agenda diplomática.

Além dos Estados Unidos, França e Reino Unido, membros permanentes do Conselho, apoiaram esta declaração vários países da União Europeia, incluindo Espanha, e outros como Austrália, Canadá, Japão, Coreia do Sul e Ucrânia.

Em 2014, uma comissão de investigação da ONU documentou abusos generalizados e sistemáticos dos direitos humanos na Coreia do Norte, incluindo assassinato, escravidão, tortura, estupro e outros crimes graves contra pessoas perseguidas por motivos políticos, religiosos, raciais e de gênero.

 

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