EUA diz que proposta do Hamas para trégua tem margem para negociação

Por Agência de Notícias
08/02/2024 16:37 Atualizado: 08/02/2024 16:37

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta quarta-feira que, apesar das questões a serem contestadas, a proposta do Hamas para uma trégua e a libertação de reféns na Faixa de Gaza deixa espaço para negociação, depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou as opções de cessar-fogo e pediu novamente pressão militar.

“Analisamos detalhadamente” a proposta do Hamas “e claramente há coisas que não fazem sentido no que está sendo proposto, mas também vemos espaço para continuar as negociações para ver se podemos chegar a um acordo, e é isso que pretendemos fazer”, disse Blinken durante uma entrevista coletiva em Tel Aviv.

Essas observações foram feitas após sua sétima visita oficial a Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro, e depois de se reunir nesta quarta-feira com as principais autoridades de Israel e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina na Cisjordânia ocupada, como parte de sua turnê regional para pressionar por uma trégua no enclave palestino.

“Não falarei em nome de Israel ou de qualquer outra pessoa envolvida, mas acreditamos que a margem de manobra existe e temos que aproveitá-la”, acrescentou Blinken, após os comentários anteriores de Netanyahu, que nesta tarde pareceu negar qualquer chance de chegar a uma trégua com o Hamas e pediu uma “pressão militar” contínua para uma “vitória absoluta”.

O Hamas apresentou uma proposta de trégua que envolveria três fases para libertar reféns em troca da libertação de prisioneiros palestinos, a retirada do Exército israelense do enclave e o fim de sua ofensiva militar, exigências que Israel rejeita.

Israel também parece estar se preparando para uma ofensiva terrestre na ponta sul da Faixa de Gaza, a cidade de Rafah, para a qual Blinken advertiu que “qualquer campanha militar que Israel empreenda deve, antes de tudo, levar em conta os civis”.

A área abriga entre 1,2 e 1,4 milhão de palestinos, muitos deles deslocados, disse Blinken, ao lamentar que as mortes de civis por ataques israelenses na Faixa de Gaza continuem “muito altas”.

“Com relação a Rafah, Israel deve fazer tudo o que puder para garantir que os civis sejam protegidos e recebam a assistência de que precisam no decorrer desse conflito”, alertou Blinken.