Os Estados Unidos disseram nesta quarta-feira que o número dois do escritório político do grupo terrorista palestino Hamas, Saleh Al Arouri, morto em Beirute na terça-feira, tinha “sangue civil em suas mãos”.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, chamou Arouri de “terrorista brutal”, o culpou pelos ataques do Hamas no dia 7 de outubro em Israel, que mataram 1.200 pessoas, e o acusou de envolvimento em ataques contra outros civis.
O ataque contra Arouri foi atribuído a Israel, embora o país não confirme ou negue tal ação.
Miller disse que não tinha informações suficientes para apontar qualquer responsável pelo atentado que aconteceu nos arredores de Beirute e que a questão se refere ao governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Arouri, membro do escritório político do Hamas e um dos fundadores do braço armado do grupo, era um dos mais proeminentes líderes exilados do grupo, que tem vários representantes no Líbano e em outros países da região.
O atentado, que matou outras cinco pessoas, ocorreu nos bairros do sul de Beirute, região que representa um dos principais redutos do grupo terrorista libanês Hezbollah e que não havia sido atacada desde a guerra que travou contra Israel em 2006.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrala, disse nesta quarta-feira que o ataque foi uma “violação flagrante da soberania libanesa”, avisando que o grupo lutaria contra Israel sem “limites” se ele iniciar uma guerra contra o Líbano.
Questionado sobre essas declarações, o porta-voz do Departamento de Estado reiterou que “agora não é o momento de agravar ainda mais a situação”, afirmando que Washington continuará a enviar a mesma mensagem ao Hezbollah por todas as vias possíveis.