EUA diz que cessar-fogo agora em Gaza consolidaria ações do Hamas

Por Agência de Notícias
31/10/2023 16:15 Atualizado: 31/10/2023 16:15

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, rejeitou nesta terça-feira um cessar-fogo na Faixa de Gaza porque isso consolidaria as ações do grupo terrorista palestino Hamas.

A declaração foi feita em uma audiência no Senado, na qual Blinken foi interrompido várias vezes por cidadãos que pediam o fim da guerra no Oriente Médio.

Blinken estava respondendo a uma pergunta da senadora republicana Susan Collins, que lhe pediu sua opinião sobre o pedido de vários manifestantes que invadiram a audiência hoje gritando “Cessar-fogo já em Gaza”.

“Um cessar-fogo seria uma vitória estratégica para o Hamas. Isso simplesmente permitiria que eles aguardassem o tempo necessário e se preparassem para futuros ataques, sem pagar nada pela maior perda de vidas judaicas em um único dia”, declarou Collins.

Na audiência, que era aberta ao público, havia participantes que, assim que Blinken tomou a palavra, levantaram as mãos, pintadas de vermelho, simbolizando sangue.

Em seguida, em uma ação coordenada, começaram a interromper seu discurso com cartazes de protesto e com palavras de ordem como “Cessar-fogo já, salve as crianças de Gaza, onde está seu orgulho, América?

As interrupções aconteceram várias vezes, com Blinken parecendo sério, e todas as vezes os manifestantes foram retirados da sala pelas forças de segurança.

Em sua resposta a Collins, Blinken disse que “pausas humanitárias devem ser consideradas para garantir que a ajuda chegue a quem precisa e que as pessoas possam ser protegidas e colocadas fora de perigo”.

“Mas não podemos ter uma situação em que haja uma reversão ao status quo, em que, quando isso acabar, o Hamas seja novamente responsável pela governança e pela chamada segurança de Gaza, porque isso é simplesmente um convite para repetir o que aconteceu (em 7 de outubro) e nenhuma nação toleraria isso”, disse.

No dia 20 de outubro, depois de anunciar em mensagem à nação, o presidente Joe Biden pediu ao Congresso que aprovasse um pacote orçamentário de emergência de mais de US$ 100 bilhões, incluindo US$ 14,3 bilhões em ajuda a Israel e um novo pacote no valor de US$ 61,4 bilhões para a Ucrânia.

Há também US$ 13,6 bilhões para vários itens para aumentar a segurança na fronteira com o México e outros US$ 2 bilhões para melhorar a segurança na região do Indo-Pacífico, entre outros.

Blinken e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, foram hoje ao Senado para defender o pedido de Biden, em um momento em que o orçamento aprovado no ano passado pelo Congresso para a Ucrânia está prestes a se esgotar.